Anelka

A carreira de Anelka foi marcada por muitos altos e baixos, gols e polêmicas fora de campo. Com títulos importantes e diversas passagens por grandes clubes europeus, o atacante de 31 anos nunca jogou uma Copa do Mundo, e provavelmente fará sua estreia na África do Sul.

Dono de bons cabeceios, fortes chutes, destacada força física e um jogo cada vez mais técnico, Anelka também é craque na criação de imbróglios com jornalistas, torcedores, dirigentes e colegas de equipe, que lhe valeram a fama de “bad boy”.

Seus pais nasceram na Martinica e imigraram para a França antes de Nicolas nascer. Como boa parte dos jovens da periferia da capital francesa, Anelka sonhava em jogar no Paris Saint Germain, equipe pela qual estreou em 1996 quando tinha somente 16 anos de idade.

Porém, sem chances na equipe comandada por Ricardo Gomes, Anelka saiu do PSG e foi quase de graça para o Arsenal, onde demorou uma temporada para começar a jogar regularmente.

Aos 19 anos, fez o seu primeiro gol no futebol inglês bem contra os rivais do Manchester United. Sua ascensão no clube londrino marca também o início de seus problemas com a imprensa – Anelka se considerava perseguido pela mídia, dizendo constantemente que não era julgado por suas prestações em campo e sim por fatores externos. Não suportando os tabloides britânicos, passa a desejar sua saída e finalmente acerta com o Real Madrid, que paga 22 milhões de libras por seu passe.

Apesar de sua passagem pelo Real Madrid ter rendido um título da Liga dos Campeões da Europa e outro da Eurocopa pela seleção francesa, Anelka tampouco se adaptou à vida em Madri. Ele chegou a faltar a três treinos seguidos, o que lhe valeu uma multa e uma suspensão do clube.

O torcedor brasileiro deve se lembrar de Anelka no Mundial de Clubes de 2000, disputado no Brasil, quando o atacante marcou os dois gols do Real Madrid no empate em 2 a 2 contra o Corinthians.

Adorador da vida na periferia de Paris, Anelka voltou ao Paris Saint Germain em 2000. Mas após uma temporada mediana ele foi emprestado ao Liverpool em 2002. Anelka passou a atuar mais recuado e mostrou boa habilidade na armação de jogadas, mas a equipe inglesa preferiu não comprá-lo ao fim do empréstimo de seis meses, o que fez o atacante se transferir ao Manchester City.

Foi nessa época que Anelka protagonizou uma das maiores polêmicas de sua carreira: recusou o convite para jogar na seleção francesa, dizendo que o técnico Jacques Santini não confiava nele e que só entraria em campo pelos Bleus se o treinador se ajoelhasse à sua frente. Estava jogando bem, e até pediu desculpas, mas não foi o suficiente para que ele jogasse na Eurocopa de 2004.

Em 2005, ele defendeu o Fenerbahçe, equipe pela qual jogou mais à direita do campo e venceu o Campeonato Turco. Neste mesmo ano, Anelka finalmente voltou à seleção francesa, já sob o comando de Raymond Domenech, que no entanto, por razões mais disciplinares do que técnicas, preferiu deixá-lo de fora da lista final para a Copa da Alemanha em 2006, mesmo com Djibril Cissé machucado – a vaga ficou com Sidney Govou.

Em meados de 2006, Anelka voltou à Inglaterra, desta vez defendendo o Bolton, onde fez dupla de ataque com o senegalês Diouf com relativo sucesso.

Um ano e meio depois, Anelka foi contratado pelo Chelsea, onde chegou a ser protegido de Luis Felipe Scolari, que o escalava no ataque no lugar de Dider Drogba. Apesar das dificuldades em seus primeiros meses, ele reencontrou o melhor de seu futebol e foi importante na campanha do título Campeonato Inglês de 2010, jogando ao lado justamente de Drogba.