A suspeita de que a Copa havia sido arranjada para que a equipe anfitriã fosse a vencedora marcou para sempre o Mundial de 1978, na Argentina. A ditadura militar do general Jorge Videla via no evento uma chance de "compensar" a forte repressão imposta aos cidadãos. Para que o plano funcionasse, porém, a vitória argentina era essencial. E, em campo, as dúvidas foram grandes.
Os favoritos para vencer a competição eram a Alemanha Ocidental (campeã em 1974), Holanda (vice) e o Brasil, além dos próprios donos da casa. A primeira fase transcorreu quase sem problemas, mas, em campo, nenhuma dessas equipes apresentou um grande futebol.
A Argentina não tinha um 'supertime' ou um jogador excepcional como Diego Maradona - que já se destacava, mas não foi convocado pelo técnico César Luís Menotti por ser "jovem demais" (17 anos). Mas contava com bons atletas como o goleiro Ubaldo Fillol, o capitão Daniel Passarella, o meia Osvaldo Ardiles e o artilheiro Mario Kempes.
Apesar disso, a seleção da casa não começou tão bem assim. Após vencer Hungria e França pelo mesmo placar (2 a 1), a Argentina perdeu sua invencibilidade diante da Itália, por 1 a 0, na terceira rodada. Com isso, caiu no mesmo grupo do Brasil na fase semifinal, ao lado ainda de Peru e Polônia.
Apenas uma equipe iria para a decisão, e os rivais sul-americanos chegaram à última rodada empatados. Estranhamente, o jogo do Brasil começou antes. A seleção fez 3 a 1 na Polônia, resultado que obrigava os anfitriões a vencer o Peru por quatro ou mais gols de diferença. Em jogo cercado de suspeitas, a Argentina massacrou por 6 a 0. O goleiro peruano Quiroga, nascido na Argentina, foi acusado de facilitar a vida dos adversários pelos próprios companheiros.
Os argentinos classificaram-se assim para a segunda final de sua história - perderam a primeira para o Uruguai em 1930. A rival era a Holanda, que enfrentaria os donos da casa na decisão da Copa pela segunda vez seguida - havia sido derrotada pela Alemanha Ocidental quatro anos antes.
Aos 38min, Leopoldo Luque fez boa jogada e tocou para Kempes abrir o placar para os sul-americanos. Os holandeses voltaram melhor no segundo tempo. Comandados por Rene van der Kerkhof, levavam perigo ao gol, mas esbarravam em Fillol. A pressão continuou até os 37min, quando Nanninga, reserva, cabeceou com precisão.
Aos 44min, Resenbrink acertou o travessão dos argentinos e calou o estádio Monumental. A bola, caprichosamente, não entrou. Na prorrogação, valeu a "catimba" da Argentina, que soube aproveitar o tempo de bola e a força da torcida. Aos 15min do primeiro tempo, Kempes colocou o time da casa em vantagem e ainda se isolou na artilharia do torneio. A quatro minutos do final da prorrogação, Bertoni fez mais um e garantiu o título argentino.
"O Brasil não fez 3 a 0 em cima do Peru? Nós dependíamos de quatro gols e aproveitamos todas as chances." Ubaldo Fillol, goleiro argentino, sobre a polêmica vitória em cima do Peru
Data | Fase | Jogos |
---|---|---|
02/06/1978 | 1ª fase | Argentina 2 x 1 Hungria |
06/06/1978 | 1ª fase | Argentina 2 x 1 França |
10/06/1978 | 1ª fase | Itália 1 x 0 Argentina |
14/06/1978 | 2ª fase | Argentina 2 x 0 Polônia |
18/06/1978 | 2ª fase | Argentina 0 x 0 Brasil |
21/06/1978 | 2ª fase | Argentina 6 x 0 Peru |
25/06/1978 | Final | Argentina 3 x 1 Holanda |
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