A chance do Brasil conquistar o terceiro título consecutivo na Copa do Mundo acabou antes mesmo de a bola rolar. Apesar de todo o otimismo em torno da campanha pelo tricampeonato mundial, uma série incrível de trapalhadas fez com que a equipe brasileira viajasse à Inglaterra completamente desorganizada.
O maior erro foi a indefinição do elenco que disputaria a Copa. Na fase de preparação, o técnico Vicente Feola convocou nada menos que 45 jogadores - o número subiria para 47 após o início dos treinos -, que se revezavam em quatro times.
Além disso, a seleção passou por cinco cidades diferentes antes de viajar para a Europa (Lambari, Caxambu, Teresópolis, Três Rios e Niterói). Todos queriam tiram uma "casquinha" do time bicampeão.
Outra novidade que não deu certo foi a troca do preparador físico. Paulo Amaral deu lugar ao professor de judô Rudolf Hermanny, cujos métodos não haviam sido testados no futebol. Resultado: o time brasileiro "morria" nos 20 minutos finais das partidas.
A equipe principal só foi escolhida às vésperas do torneio e reuniu craques dos dois Mundiais anteriores (como Pelé, Garrincha, Gilmar e Bellini) e jogadores que ainda iriam se destacar com a camisa do Brasil (casos de Gérson e Tostão).
A ideia de Feola não deu resultado. A seleção brasileira apresentou um futebol apático, sem criatividade, sendo facilmente dominada por equipes um pouco mais estruturadas, como Hungria e Portugal. Insatisfeito, Feola alterou radicalmente o time no Mundial. Nada menos que 20 dos 22 jogadores entraram em campo pela seleção, numa época em que não eram permitidas substituições. Assim, apenas dois atletas (Jairzinho e Lima) disputaram os três jogos do Brasil na Inglaterra.
A estreia foi diante da Bulgária, e o Brasil ganhou bem: 2 a 0, gols de Garrincha e Pelé. Essa foi a última vez em que os dois maiores jogadores brasileiros atuaram lado a lado. Com os dois craques em campo, a seleção jamais foi derrotada. Alvo preferido da violência búlgara, Pelé não pôde jogar a partida seguinte, contra a seleção da Hungria.
Sem seu maior astro, o Brasil sucumbiu diante dos húngaros, que venceram por 3 a 1 e acabaram com uma invencibilidade brasileira de 13 jogos em Mundiais - a última derrota havia sido justamente para a Hungria, em 1954, no jogo que ficou conhecido como a "Batalha de Berna" devido à briga generalizada entre os atletas das duas equipes.
A vaga para as quartas de final foi decidida na última partida, contra a seleção portuguesa. Pelé voltou a campo e mais uma vez foi caçado pelos adversários. Perdido em campo, o Brasil foi dominado, derrotado por 3 a 1 e eliminado da disputa.
A campanha em 1966 foi uma das piores da seleção brasileira em toda a história. Apenas em 1930 e 1934 a equipe não havia ultrapassado a primeira fase. Na classificação geral, o Brasil terminou em 11º lugar, melhor apenas do que a 14ª posição obtida em na Copa da Itália, em 1934.
"Se os brasileiros encararem a realidade, vão perceber que o tri só virá por um milagre" Ernesto Santos, "olheiro" da seleção na Copa do Mundo de 1966
Data | Fase | Jogos |
---|---|---|
12/07/1966 | 1ª fase | Brasil 2 x 0 Bulgária |
15/07/1966 | 1ª fase | Hungria 3 x 1 Brasil |
19/07/1966 | 1ª fase | Portugal 3 x 1 Brasil |
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