Com a contusão de Pelé no segundo jogo da primeira fase, o Brasil dependeu de outro craque para levantar pela segunda vez o troféu de campeão mundial: Mané Garrincha. Com dribles desconcertantes, irreverência, cruzamentos precisos e chutes poderosos, o "gênio das pernas tortas" encantou os chilenos e foi considerado o melhor jogador do torneio.
Apesar de contar com uma verdadeira legião de craques, a seleção brasileira não fugiu à regra da primeira fase da Copa: o equilíbrio - nenhuma equipe conseguiu obter 100% de aproveitamento. Ainda com Pelé em campo, o Brasil estreou com uma vitória magra (2 a 0) sobre a modesta equipe do México.
Em seguida, empatou sem gols com a Tchecoslováquia no jogo em que perdeu seu principal jogador - aos 28min do primeiro tempo, Pelé arriscou um chute de fora da área, deu um grito e foi ao chão. Um estiramento o tirou do resto da competição. O trono estava vago.
A terceira partida foi uma das mais nervosas e difíceis para os campeões. Precisando ao menos de um empate para seguir na Copa, a seleção brasileira saiu atrás da Espanha e só alcançou a virada graças a duas "mãozinhas" do árbitro chileno Sergio Bustamante.
Primeiro, ele não marcou pênalti claro de Nílton Santos em Collar - esperto, o lateral deu um passo para fora da área após cometer a falta e enganou o juiz. Na sequência do lance, Peiró acertou uma bela bicicleta. Mas Bustamante anulou o que seria o segundo gol espanhol marcando jogo perigoso.
Depois de muito tentar, o Brasil chegou ao empate aos 27min. Zagallo fez jogada de linha de fundo e cruzou para Amarildo completar. O resultado eliminava a Espanha, que se mandou para o ataque. Aproveitando os espaços que surgiram, Garrincha finalmente começou a brilhar. Ele passou por três marcadores e cruzou para Amarildo decretar a vitória por 2 a 1.
O show de Garrincha continuou nas quartas de final, diante dos ingleses. Ele fez dois gols - o primeiro deles de cabeça, algo raro na carreira do ponta - e iniciou a jogada do outro, marcado por Vavá. A dupla funcionou de novo diante do anfitrião Chile na semifinal - dois de Garrincha, dois de Vavá e goleada por 4 a 2.
Quando o lugar na final já estava assegurado, Garrincha perdeu a cabeça. Deu um chute no lateral Eladio Rojas, que estava caído, e foi expulso. Teoricamente, ele teria que cumprir suspensão automática e estaria fora da final. Mas o árbitro peruano Arturo Yamazaki não relatou o episódio na súmula, o bandeira uruguaio Esteban Marino "sumiu", e Garrincha foi absolvido por falta de provas.
Com o Mané no time, o Brasil enfrentou a Tchecoslováquia, única equipe que não havia vencido na Copa, na decisão. Masopust inaugurou o placar para os tchecos aos 15min do primeiro tempo. Os brasileiros empataram dois minutos depois, com Amarildo. No segundo tempo, Zito e Vavá viraram o jogo e transformaram o país no terceiro bicampeão mundial de futebol da história.
"É mais difícil assistir do que jogar. Espero nunca mais ficar contundido e ter que passar por uma situação semelhante" Pelé, um dia após o título
Data | Fase | Jogos |
---|---|---|
30/05/1962 | 1ª fase | Brasil 2 x 0 México |
02/06/1962 | 1ª fase | Brasil 0 x 0 Tchecoslováquia |
06/06/1962 | 1ª fase | Brasil 2 x 1 Espanha |
10/06/1962 | Quartas | Brasil 3 x 1 Inglaterra |
13/06/1962 | Semifinal | Brasil 4 x 2 Chile |
17/06/1962 | Final | Brasil 3 x 1 Tchecoslováquia |
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