Fifa diz confiar em empresa acusada de desviar ingressos da Copa do Mundo
Do UOL, em São Paulo
A Fifa publicou comunicado neste sábado em que diz confiar nas atividades prestadas pela Match Services, autorizada a comercializar de ingressos da Copa do Mundo. A empresa foi acusada pela Justiça brasileira de repassar bilhetes do Mundial para máfia internacional de cambistas, tendo seu diretor executivo (Raymond Whelan) foragido.
Em nota, a Fifa cita a longa parceria com a Match, empresa que é ligada a Byrom, que presta serviços à Fifa desde 1994.
"Com base na experiência adquirida ao longo de quase 30 anos, a Fifa confia no comportamento leal da Byrom (empresa em que a Match é subsidiária), seus funcionários e diretores".
"A Fifa está totalmente empenhada em combater qualquer forma de atividade que reúne bilhete em conexão com a Copa do Mundo, com o intuito de assegurar uma repartição equitativa e preços de ingressos para o benefício dos fãs de futebol ao redor do mundo", complementou.
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, a máfia dos ingressos vendia ilegalmente ingressos da Copa do Mundo de 2014 oriundos de diferentes fontes.
Para o MP, o chefe da quadrilha é o inglês Raymond Whelan. A Match Services é parceira da Fifa na organização da Copa do Mundo e tem contrato pelos próximos dois Mundiais.
Whelan teve sua prisão decretada. Ele esteve preso no início da semana, mas foi liberado. Whelan recebeu ordem de prisão dias depois, mas fugiu do hotel em que estava hospedado pela porta dos fundos para não ser preso.
O empresário argelino Mohamadoud Lamine Fofana é acusado de ser o "braço direito" de Whelan. Fofana está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó deste a deflagração da operação Jules Rimet. Era Fofana quem matinha contato pessoas que negociavam os ingressos dados à CBF em Copacabana.
A rede mafiosa comercializava, inclusive, bilhetes reservados pela Fifa a um fundo governamental de tíquetes, os quais depois foram repassadas a escolas e ONGs (organizações não governamentais).