Ícone carioca, Sambódromo vira estacionamento para argentinos

Mauricio Stycer

DO UOL, no Rio

A aguardada invasão argentina para a final da Copa do Mundo, no próximo domingo (13), no Rio, já começou. No final da tarde de quinta-feira (10), um dos símbolos da cidade, o Sambódromo, foi aberto para servir de estacionamento aos grandes motorhomes dirigidos pelos "hermanos". 

No início da noite, diante da pressão de outros motoristas, a Prefeitura liberou a Passarela do Samba também para carros menores. Em poucas horas, o local foi ocupado por mais de uma centena de veículos. Para abrigar os argentinos que vieram de carro, toda a área embaixo da arquibancada do Sambódromo se transformou num camping, com dezenas de barracas. 
 
No total, a prefeitura do Rio fala na expectativa de receber 70 mil argentinos para a final. Outros locais, até em Niterói, também estão sendo improvisados para receber os turistas que chegam de carro.
 
Na manhã desta sexta, os "hermanos" não apenas ocupavam inteiramente o Sambódromo, como cantavam as suas músicas preferidas, provocando brasileiros e enaltecendo Maradona e a seleção do país. A principal reclamação dos "hóspedes" é quanto aos banheiros. Há apenas dois chuveiros para algumas centenas de argentinos.
 
O número de "duchas" é o mesmo em outro "estacionamento" próximo ao Sambódromo, o Terreirão do Samba, um espaço para shows que abriga, neste momento, 140 carros e motorhomes dos vizinhos da Argentina.
 
A ocupação do Terreirão já dura alguns dias. Estava indo tudo bem até o início da noite de quinta-feira, quando uma chuva forte atingiu o Rio. A imagem nesta manhã era desoladora, com os argentinos estendendo roupas e objetos em cima dos veículos, na esperança de que secassem.
 
"A fila do chuveiro é o maior problema, mas é de graça. Prefiro gastar o dinheiro do hotel com comida", diz Nawuel Maragna, que veio com mais quatro amigos, de carro, de Buenos Aires. "Estava tudo ótimo, até a chuva de ontem", confirma Fabiano Reil. 
 
A quase totalidade dos "hóspedes" do Sambódromo e do Terreirão do Samba não tem ingressos para a final. Vão ver final do Mundial na Fan Fest ou em algum outro telão. "A grande diferença de ver aqui ou em Buenos Aires é que aqui podemos olhar para os brasileiros e dizer que somos campeões", explica Marcos Catuorno. "Também é uma espécie de viagem de férias", diz o amigo Pablo Guerrero. 
 
"Não importa que não vamos ao Maracanã", diz Santiago Robetto. "Vou poder dizer, no futuro, que estava no Rio na final da Copa do Mundo". 
 
Durante a visita, o repórter do UOL Esporte foi abordado por dois argentinos com pedido de dinheiro. "Um real para eu comer", disse um deles. Quis saber como ele havia chegado ao Brasil sem dinheiro. "Estou aqui há oito meses, fazendo malabares nos sinais. Agora, parei para ver a Copa", explicou o pedinte.
 
Na manhã desta sexta-feira, a única segurança no Terreirão do Samba era de seguranças particulares, que cuidam do espaço. A Guarda Municipal, que faz rondas no local, não estava presente. Já no Sambódromo, havia mais de uma dezenas de agentes da GM. 

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