Alemanha encerrou ciclos de argentinos e ingleses. E o Brasil, é o próximo?

Do UOL, em São Paulo

A goleada impiedosa aplicada pela Alemanha contra a seleção brasileira pode ter acabado de detonar uma renovação que até poderia ser natural, em razão da idade de boa parte dos jogadores convocados por Luiz Felipe Scolari em 2014. O impacto que um placar de  7 a 1, sofrido em um jogo de uma Copa do Mundo disputada no Brasil, causa, porém, pode fazer as modificações irem além. Ainda mais com o que a própria Alemanha já provocou com suas presas.

Na África do Sul, em 2010, a Alemanha, em sequência, aplicou 4 a 1 na Inglaterra, nas oitavas de final, e 4 a 0 na Argentina, nas quartas. Resultados impactantes que acabaram provocando mudanças drásticas nos elencos das duas seleções para a Copa do Mundo realizada no Brasil. Muito mais pela necessidade de mudança que os resultados representaram do que exatamente pelo peso da idade que acaba sendo um gatilho para a renovação de uma competição que só acontecerá quatro anos depois.

A Inglaterra que sentiu na pele o estrago causado pela velocidade dos contra-ataques puxados por Özil e Müller saiu dali com um desmanche de praticamente metade do elenco levado para aquela Copa. Dos 23 jogadores levados pelo técnico italiano Fabio Capello, apenas seis estiveram no Brasil: o goleiro Hart, o lateral Glen Johnson, os meio-campistas Milner, Gerrard e Lampard e o atacante Rooney.

Jogadores marcantes do futebol inglês da última década, como o zagueiro e Terry (Chelsea), o lateral Ashley Cole (Chelsea), o volante Carrick (Manchester United) e os atacantes Crouch (Stoke City) e Defoe (Toronto FC) perderam lugar na seleção, seja por faixa etária, como Carragher, ex-volante do Liverpool que se aposentou em 2013, aos 35 anos, ou Joe Cole, que aos 32 anos ainda joga pelo Aston Villa sem ter a oportunidade de voltar a defender a seleção inglesa, como ocorreu nos Mundiais de 2006 e 2010.

A Argentina comandada por Diego Maradona também não foi páreo para a Alemanha do mesmo Joachim Löw que montou a equipe que aplicou um massacre contra o Brasil no Mineirão. Fazendo uma campanha de quatro vitórias até então, a seleção argentina viu jogadores importantes de sua história dar adeus à camisa albiceleste depois da goleada na Cidade do Cabo.



Dos 23 jogadores levados à África do Sul por Maradona, apenas nove deles estão no Brasil prontos para o jogo desta quarta, quando a Argentina enfrenta a Holanda por uma semifinal da Copa do Mundo: os goleiros Romero e Andújar, o zagueiro Demichelis, os meio-campistas Mascherano e Maxi Rodríguez e os atacantes Di María, Messi, Higuain e Aguero.

Figuras importantes da Argentina  em Copas do Mundo, o lateral Heinze, os zagueiros Samuel e Burdisso, o lateral Clemente Rodríguez e os atacantes Milito e Palermo tiveram seus ciclos encerrados antes do início da preparação para a Copa de 2014.

Agora, a seleção brasileira, depois da partida do próximo sábado (12), quando disputará o terceiro lugar da competição, passará a viver sob a discussão de renovação para a disputa da Copa do Mundo de 2018, na Rússia.

Contando o zagueiro e capitão Thiago Silva, que completará 30 anos em setembro, o Brasil que foi goleado pela Alemanha tem outros oitos jogadores acima desta faixa etária. Em compensação, apenas cinco jogadores convocados por Felipão estão abaixo dos 25 anos e, teoricamente, terão condições de representarem o Brasil em 2018: o volante Paulinho (25), os meias Oscar e William (25) e os atacantes Neymar (22) e Bernard (21).

David Luiz, que sai da Copa com respaldo popular tem 27 anos, o que não anula, de forma alguma, sua chance de estar na Rússia.

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