Ligação sugere ação de máfia dos ingressos na Granja Comary, diz TV

Do UOL, em São Paulo

Nos últimos dias, um grande escândalo envolvendo vendas ilegais de ingressos para a Copa do Mundo foi revelado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Uma máfia comandada pelo argelino Lamine Fofana negociava entradas VIPS e faturava uma alta quantia em dinheiro. De acordo com uma reportagem exibida pelo Fantástico, da Globo, o grupo de cambistas pode ter atuado dentro da concentração da seleção brasileira.

Uma ligação divulgada pelo programa neste domingo mostra uma conversa entre Antônio Henrique de Paula Jorge, um dos braços direitos de Fofana no Brasil, conversando com outro cambista sobre entradas. O homem afirma ter contatos em três seleções, uma delas possivelmente seria a brasileira.

"Henrique, deixa eu te falar: eu trabalho com três seleções. Eu tenho contato em três seleções. Por jogo, de repente eu posso ter 50 ou 100 ingressos. Aí eu tenho que buscar lá em Gromary (possível Granja Comary). Não precisa falar mais nada não, né? De onde que é, não, né?", disse o cambista, que não teve nome revelado.

O programa disse ter procurado a CBF, que negou a circulação de ingressos no local.

O esquema desbaratado pela Polícia Civil do Rio nesta semana já teve 11 detidos e tinha expectativa de faturar 200 milhões de reais em 2014, vendendo até 1000 ingressos por partida, com lucros de 200% a 1000% por ingresso. A quadrilha atuou nas quatro últimas Copas e envolvia três agências de turismo em Copacabana. Entre os cem ingressos apreendidos com o bando, dez eram destinados à delegação da seleção brasileira e foram parar nas mãos dos cambistas, que vendiam bilhetes da final por até 35 mil reais. 

Um ingresso registrado em nome do filho do presidente da Associação de Futebol da Argentina (AFA) foi encontrado entre os mais de cem apreendidos pela polícia com mafiosos que organizaram um esquema para a revenda de entradas da Copa do Mundo.

Humberto Mario Grondona, filho de Julio Grondona, era o titular de uma entrada para o jogo entre Argentina e Suíça, disputado na última terça-feira no Itaquerão, em São Paulo. Ele faz parte da delegação argentina que está hospedada em Belo Horizonte, além de ser técnico da seleção sub-20 e também instrutora da Fifa.

Segundo a federação internacional, que pediu explicações, ele respondeu que não tinha vendido o bilhete, mas dado um deles para um amigo. Em entrevista anterior à TV Argentina, ele afirmara ter vendido. Apesar desse pedido de explicação formal, dificilmente o parente do dirigente será punido.

 

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