DJ, boleiros e deputado. Veja as conexões de chefe da máfia do ingresso
Vinicius Konchinski
DO UOL, no Rio de Janeiro
O argelino Mohamoud Lamine Fofana está preso no Rio de Janeiro, suspeito de chefiar uma quadrilha internacional de venda de ingressos da Copa do Mundo. Segundo a polícia, o grupo do qual ele fazia parte captava bilhetes do Mundial com diversas fontes, inclusive a Fifa, e os vendia a preços bem acima do mercado para todo tipo de clientes. De ricos empresários e torcedores fanáticos.
Empresário do ramo esportivo, Fofana tinha portas abertas em eventos reservados da Copa do Mundo e também promovia suas próprias festas para ampliar sua rede de relacionamentos e negócios. Rede essa, aliás, que já era bem vasta. Investigações da Polícia Civil ligaram Fofana a alguns nome de peso do futebol. Confira abaixo algumas conexões que o chefe da máfia dos ingressos mantinha:
Operação Jules Rimet
A operação que prendeu Fofana e outros dez suspeitos foi batizada de Jules Rimet, em alusão ao nome do primeiro presidente da Fifa. Ela é resultado de pelo menos um mês de investigações da polícia e Ministério Público.
Mais de cem ingressos foram apreendidos na ação, além de dinheiro e máquinas para pagamento em cartão de crédito. Os bilhetes pegos pela polícia eram reservados pela Fifa a seus patrocinadores, a clientes de pacotes de hospitalidades (camarotes) e até a membros de comissões técnicas de seleções. Dez ingressos, inclusive, eram reservados as integrantes da comissão técnica da seleção brasileira.
Segundo Polícia Civil, a quadrilha vendia ingressos por até R$ 35 mil. Com isso, lucrava até R$ 1 milhão por jogo. Na Copa, o grupo poderia faturar R$ 200 milhões.
Suspeitos presos informaram à polícia que o esquema não é novo. Ele funcionava há quatro Copas. O trabalho seria tão lucrativo que integrantes da quadrilha trabalhariam durante o torneio e depois descansariam por quatro anos até o próximo Mundial.
Todos os presos vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e cambismo. Podem ser condenados a até 18 anos de prisão.