Especialista explica lesão de Neymar e próximos passos da recuperação
Patrick Mesquita
Do UOL, em São Paulo
Muita dor, analgésicos e um colete para imobilizar a região. Estes devem ser os próximos passos para a recuperação de Neymar após fraturar a terceira vértebra e ficar fora da Copa do Mundo. O jogador se lesionou durante a vitória da seleção brasileira sobre a Colômbia, por 2 a 1, nesta sexta-feira, no Castelão.
Em entrevista ao UOL Esporte, o doutor Alexandre Fogaça, especialista em coluna do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas, em São Paulo, explicou a lesão do astro brasileiro e disse que Neymar não correu maior risco em nenhum momento por se tratar de uma fratura estável.
"Foi uma pancada que quebrou uma área mais periférica da vértebra. É uma fratura estável, conservadora, sem dano neurológico. A vértebra tem uma parte central, que é o canal, o problema é quando acerta a parte por onde passam os nervos. Isso acontece em uma queda mais brusca, queda de moto ou atropelamento. A dele foi mais leve. Não é instável, não precisa de cirurgia, mas requer repouso, um colete para imobilizar e analgésico", disse.
De acordo com o doutor, Neymar pode retornar sem limitações em um período de seis a oito semanas. Uma recuperação "milagrosa" não está completamente descartada, mas por se tratar de um esporte de contato e alto rendimento, as chances de retorno são quase nulas.
"Seis a oito semanas para consolidar. Vida normal. Não atrapalha de forma nenhuma, fica sem sequela. Ele é profissional, desempenha esporte de alto nível, que é o futebol. Essa lesão é incompatível com os movimentos da profissão. Ele está 99% fora. Pode ser que se supere, mas ele tem que ter liberação do médico. É complicado, sendo que ele pode sofrer outro trauma", analisou.
Apesar de imobilizar, Neymar tem condições de se movimentar com certa limitação por conta da dor.
"A lesão é estável, precisa cuidar da dor. Ele pode andar de carro, ônibus, avião", afirma.
Logo após a partida surgiu um rumor de que o atacante foi retirado de forma indevida do gramado, o que poderia ter alterado negativamente o quadro. No entanto, Alexandre Fogaça explica que a lesão aconteceu no momento do impacto e não houve nenhum erro na remoção do camisa 10 do Brasil.
"Não houve erro. A fratura aconteceu no momento do trauma. Ela é típica de contato direto", comentou.