Ex-capitães defendem Brasil emotivo e apontam seleção como favorita na Copa

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

  • Felipe Panfili e Francisco Silva / AgNews

    Para Cafu, Brasil e Bélgica farão a decisão da Copa de 2014

    Para Cafu, Brasil e Bélgica farão a decisão da Copa de 2014

Neymar chorou durante o hino. David Luiz, após de ter feito um gol. Júlio César foi às lágrimas antes e depois dos pênaltis contra o Chile. Thiago Silva, capitão da seleção brasileira, preferiu ritual solitário de concentração e ainda pediu para não ser um dos cobradores. Desde o início da Copa de 2014, o aspecto emocional da equipe da casa tem sido motivo de intenso debate. No entanto, isso não preocupa Cafu e Ricardo Gomes, capitães do time canarinho em edições passadas do Mundial. Para ambos, o elenco comandado por Luiz Felipe Scolari ainda é favorito neste ano.

"Acho que Brasil e Argentina decidem o título. São duas seleções que não estão muito bem, mas que vão crescer nos jogos decisivos", opinou Ricardo Gomes, capitão da seleção brasileira em 1990. "Acredito numa partida final entre Brasil e Bélgica", completou Cafu, que usou a tarja em 2002 e 2006.

Os dois ex-capitães também têm opiniões similares sobre o choro e as emoções afloradas da seleção brasileira na Copa de 2014. "Cada um tem uma maneira de expressar sentimentos, e nós temos de respeitar isso. Não vejo como uma coisa negativa", avaliou Cafu. "São seres humanos, e eu acho que essas reações são normais. Seria anormal se não fosse assim", adicionou Gomes.

O choro foi assunto abordado por diferentes jogadores da seleção desde o início da Copa. Nesta quinta-feira, em entrevista coletiva, Thiago Silva disse que o time está bem psicologicamente e que o choro é uma descarga causada pelo alto nível de entrega. Em conversa com a "CNN", Júlio César adotou linha parecida e lembrou a pressão que é jogar um Mundial em casa.

"A motivação de um jogador para um Mundial no Brasil, independentemente da seleção que ele representa, é muito maior do que em qualquer outro lugar. Isso é diretamente proporcional à pressão de quem é o anfitrião. Na minha cabeça, não tem nada além", disse Ricardo Gomes.

Por todos esses fatores, Ricardo Gomes e Cafu defenderam a participação de Thiago Silva como capitão da seleção brasileira. O sucessor dos dois recebeu críticas durante a Copa de 2014 por ser introvertido e pouco afeito a cobranças públicas.

"Temos de respeitar a característica de cada um. O Dunga tinha uma maneira de liderar, e eu tinha a minha. O Carlos Alberto Torres tinha um perfil diferente do Bellini e do Mauro. O importante é que o grupo entenda isso, e talvez o elenco capte o estilo do Thiago Silva melhor do que nós pensamos aqui de fora", ponderou Cafu.

"Cada um tem uma personalidade, mas eles têm o principal, que é a técnica. Cada um se expressa como acha melhor", afirmou Ricardo Gomes.

Ao defenderem o comportamento dos jogadores, Cafu e Ricardo Gomes jogaram pressão para outras figuras que estão na seleção brasileira. Os dois veem o técnico Luiz Felipe Scolari e o coordenador Carlos Alberto Parreira como esteios para o grupo que disputa a Copa.

"Eles são dois campeões do mundo, têm experiência e sabem o que fazer", resumiu Gomes. "Acho que o Felipão está no caminho certo", disse Cafu, que só fez um aviso ao técnico: "Ele não pode mudar o capitão neste momento. Se mudar, pode abalar o grupo".

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