Depois de "chá de banco", Paulinho busca tempo e prestígio perdidos

Fernando Duarte

Do UOL, em Teresópolis

A rigor, a resposta foi dada no mesmo dia da semana passada em que recebeu de Luiz Felipe Scolari o colete para treinar com os reservas antes da partida contra o Chile: com cara fechada, Paulinho foi o último a vestir a peça laranja, mas no coletivo marcou um dos gols do empate em 2 a 2 com os titulares com uma arrancada que parecia ter sumido do repertório do ex-corintiano. Barrado por Fernandinho para o jogo das oitavas-de-final, Paulino ganhou de Luiz Felipe Scolari uma segunda chance de buscar tempo e prestígio perdidos no duelo de sexta-feira com a Colômbia, em Fortaleza.

Em vez de abatimento, o "chá de banco" teve o efeito de uma sacudidela no jogador do Tottenham. Paulinho foi até visto incentivando os companheiros antes da disputa de pênaltis contra com o Chile com uma intensidade surpreendente para um jogador sem perfil de liderança. Ainda que a suspensão de Luiz Gustavo para as quartas-de-final tenha sido preponderante para sua volta ao time, a reação de Paulinho à barração marcaram pontos com Scolari. E Paulinho agradeceu a volta à equipe com dois gols no treino desta quarta-feira, na Granja.

Claro, o verdadeiro teste para Paulinho será contra os colombianos. O desafio é provar que pode ao menos chegar perto do jogador cuja intensidade em 2013 fez a seleção "trocar de marcha" na campanha da Copa das Confederações. Prejudicado por uma temporada irregular no Tottenham, que incluiu uma lesão no tornozelo, ele iniciou a preparação para a Copa do Mundo sem as mesmas condições do ano passado. E a seleção sofreu durante dois jogos e meio até que Felipão perdeu a paciência e trouxe Fernandinho no intervalo da partida contra Camarões, em Brasília.

O meia do Manchester City teve uma partida inspirada e até marcou o quarto gol da vitória sobre os africanos, enquanto Paulinho parecia ter encerrado sua participação no torneio de forma melancólica: o ex-corintiano tem zero gol, zero assistências. Acertou 70% de seus passes no torneio e registra mais faltas (quatro) do que bolas roubadas na competição (três) - Luiz Gustavo, por exemplo, roubou 34 e é um dos melhores passadores da equipe (80%).

Autor de um gol vital na vitória de 2 a 1 sobre o Uruguai nas semifinais da Copa das Confederações, Paulinho não marca pela seleção desde aquela partida no Mineirão. Contra os colombianos, apenas Neymar estará sob pressão maior que o ex-corintiano.

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