Mujica é entrevistado por Maradona e se diz indignado com punição a Suárez
Do UOL, em São Paulo
A decisão da Fifa em punir Luis Suárez após a mordida em Chiellini ainda repercute em todo o mundo. Fora da Copa, o atacante do Liverpool agora ganhou o apoio de duas figuras muito importantes: Diego Maradona e José Mujica, presidente do Uruguai.
O ex-craque argentino apresenta o programa 'De Zurda', pela TV Pública da Argentina, e aproveitou o espaço para entrevistar Mujica por telefone, já que este estava no aeroporto de Carrasco para receber Suárez de volta ao país. Além de manifestar seu apoio, Maradona também vestiu uma camisa manifestando seu apoio: "Luisito, estamos com você".
Mujica, por outro lado, não economizou palavras para detonar a Fifa quando foi perguntado sobre o jogador da Celeste: "Estamos cheios de bronca. A Fifa não entende nada dos que vêm de baixo. Nós vimos todas as partidas e existe um peso diferente. Isso é o que mais dói e nos deixa indignado", falou.
Depois, Mujica resolveu lembrar do 'futebol dos velhos tempos', quando este tipo de punição não existia. "Sou velho, me recordo quando usavam alfinetes e nos escanteios jogavam terra nos olhos. (...) Eliminamos Itália e Inglaterra, quanta grana perderam...", atacou Mujica. "Esta será a pior memória da história do futebol. Será uma vergonha eterna na história dos Mundiais", falou mais tarde em pronunciamento no rádio.
Maradona, mesmo na função de entrevistador, também resolveu dar a sua opinião e seguiu a mesma linha do presidente: "Aqui se fala um monte de coisas, mas a verdade é que o Suárez não tem culpa da reação. É do jogo e basta. Depois não podemos começar a procurar coisas, porque se for assim vamos terminar jogando cinco contra cinco".
"Quem Suárez matou?", ironizou o campeão mundial pela Argentina em 1986. "Futebol é isso, é contato. Talvez agora eles o tragam algemado para a prisão de Guantánamo".
A Fifa decidiu que Suárez não pode jogar nas próximas nove partidas do Uruguai, e o suspendeu de todas as atividades relacionadas ao futebol por quatro meses. Assim, ele está fora da Copa e pegou avião de volta para Montevidéu.