Festa por classificação argelina tem confusão e 74 detidos na França
Da AFP, em Paris
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REUTERS/Gonzalo Fuentes
Argelinos comemoram classificação para as oitavas da Copa em frente ao Arco do Triunfo, em Paris
Pelo menos 74 pessoas foram detidas na madrugada de quinta-feira para sexta-feira na França durante os incidentes registrados nas comemorações pela classificação da seleção da Argélia às oitavas de final da Copa do Mundo do Brasil.
Na partida anterior da Argélia, domingo passado, 28 pessoas haviam sido detidas. Os argelinos representam a maior comunidade de cidadãos estrangeiros na França, com mais de um milhão de pessoas.
Desta vez, 30 pessoas foram detidas na região de Paris, mas os principais incidentes aconteceram em Lyon, Vaux-en-Velin, Saint-Priest, Lille, Roubaix e Marselha, segundo a polícia.
Aos gritos de "Vive l'Algérie!" (Viva a Argélia), os torcedores festejaram a classificação após o empate de 1 a 1 com a Rússia nas principais avenidas de Paris. Muitos torcedores jogaram objetos contra os policiais, que responderam com gás lacrimogêneo.
Em Lyon, a polícia também usou gás lacrimogêneo e jatos de água para evitar o avanço da multidão para as principais avenidas comerciais. De acordo com uma fonte policial, lojas foram saqueadas, bombeiros agredidos e 30 veículos foram incendiados na cidade.
Em Marselha, argelinos apedrejaram dois policiais que estavam em uma motocicleta. As forças de segurança dispersaram os torcedores com gás lacrimogêneo e efetuaram várias detenções. Onze pessoas foram detidas na cidade de Lille e outras 11 em Roubaix.
Após a vitória de 4 a 2 da Argélia sobre a Coreia do Sul no dia 22 de junho já haviam sido registrados incidentes em Lyon e sua região. Vinte e oito pessoas foram detidas na ocasião e cinco policiais foram feridos.
A seleção da Argélia, ex-colônia francesa e que reconquistou sua independência em 1962 após uma guerra de libertação nacional contra os colonizadores, garantiu vaga pela primeira vez na história às oitavas de final de um Mundial após o empate de 1 a 1 com a Rússia.