Colômbia evita falar de Suárez e elogia "façanha" do Uruguai

Mauricio Stycer

Do UOL, no Rio

Às vésperas da partida contra o Uruguai, o técnico da Colômbia, Jose Pekerman, e o goleiro da equipe, Ospina, fizeram o possível para evitar qualquer provocação ou mal-entendido com os rivais. Numa entrevista de 30 minutos, os dois ouviram cinco perguntas sobre a punição da Fifa a Suárez, mas não citaram o nome do atacante uruguaio nenhuma vez nas respostas.

Medindo muito as palavras, Pekerman fez inúmeros elogios ao Uruguai. "É uma potência", disse, enaltecendo o ciclo iniciado há oito anos por Oscar Tabarez. "Não mudou muito neste tempo todo.  Isso faz com que saibam manejar bem as situações do jogo. Nunca perdem a sua essência, mesmo se estão em desvantagem", observou.
 
A cada pergunta sobre Suárez, Pekerman repetia as observações sobre a seleção rival: "Pensamos no Uruguai, na força do Uruguai, um dos rivais mais importantes que vamos enfrentar. Eles tem uma história de sucesso, e um grande treinador". Será sempre um rival dificil.
 
Ainda falando dos rivais, o treinador da Colômbia lembrou: "Termina o Mundial da África do Sul e ganham a Copa América. Por isso tantos admiram e respeitam o Uruguai. Os ciclos são importantes por isso. Estabelecem um padrão, uma qualidade."
 
O goleiro Ospina foi na mesma direção: "Em toda partida, eles entregam a última gota de suor. Vai ser uma partida emocionante. Porque a Colombia também quer muito. Espero que seja uma boa partida."
 
Uma questão sobre a Copa de 50, permitiu ao técnico dizer: "Foi uma façanha. Sabemos o que significa jogar nesse país, uma final de Mundial, contra o Brasil. Ganhar uma partida de virada. Futebol é uma paixão e todos nós envolvidos valorizamos essas façanhas. Essa vitória vai estar sempre na lembrança de quem é do futebol, uruguaios ou não."
 
Pekerman diz que a Colômbia está preparada para o desafio deste sábado, apesar dos muitos problemas que enfrentou antes do Mundial. Além do centroavante Falcao García, que rompeu o ligamento anterior cruzado do joelho esquerdo, a seleção também perdeu, por contusões, o zagueiro Perea, o  meia-atacante Macnelly Torres, o volante Valencia e o atacante Muriel.
 
"É dificil jogar uma partida decisiva dessas com tantas mudanças", disse o treinador. "Nos deu confiança ver muitos jogadores que nunca disputaram um Mundial atuar de maneira tão positiva".
 
Cauteloso, mas confiante, Pekerman ainda comentou: "São partidas como essa que sempre quisemos jogar." E explicou:  "Os grandes têm que demonstrar porque são grandes, porque ganharam coisas, porque estão tão valorizados. Para um país como o nosso, que ficou tanto tempo sem participar, temos que mostrar o nosso valor, porque estamos aqui."

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