Claudio Bravo não deu armas para o inimigo. Não avaliou e quase nem citou a seleção brasileira, adversária do Chile nas oitavas de final, em entrevista coletiva nesta quarta-feira. Seguindo a risca o plano do técnico Jorge Sampaoli, que defende um ambiente hermético na delegação, o capitão da equipe se dividiu entre as perguntas pela transferência ao Barcelona e as esquivas do tema palpitante.

"Não pensamos em um jogador mais do que o outro. E na verdade, focamos mais em nós mesmos", disse Bravo em uma sala de imprensa com grande número de jornalistas – atraídos pelo cruzamento com o Brasil nas oitavas de final do Mundial.

Horas antes da entrevista, Bravo foi confirmado como reforço do Barcelona. Aos 31 anos, ele assinou um vínculo de quatro temporadas e deixa a Real Sociedad, onde acumulou 237 jogos. A negociação foi uma bengala para o camisa 1 fugir da seleção brasileira.

"Significa um passo importante na minha carreira. Estou muito tranquilo, foi um tema que não afetou meu objetivo principal. Me sinto feliz, tranquilo. E vou poder falar melhor depois do fim da nossa participação no Mundial", afirmou.

Questionado sobre Neymar, tangenciou. Indagado sobre a pressão grande em cima do time de Luiz Felipe Scolari, por jogar em casa, também não respondeu diretamente. E, por fim, se limitou a dizer que a equipe verde e amarela joga sempre para o ataque. Naquilo que deveria ser uma análise do adversário.

"Jogando em casa, jogando com muita torcida, é lógico que vão querer atacar. Mas eles fizeram isto a todo jogo, atacando eles se sentem mais cômodos", opinou.

Trancafiado na Toca da Raposa II, o Chile zela pela segurança total e dá o mínimo de informação possível sobre os treinos aos jornalistas. Com acesso de somente 15 minutos em um turno das atividades.

No primeiro treinamento em Belo Horizonte, soldados do exército brasileiro fizeram ronda no local. E nesta quarta-feira oito viaturas da Polícia Militar de Minas Gerais andaram pelas cercanias do centro de treinamento.