Fifa se cala e atesta falta de transparência no caso Suárez

Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

Segue indefinido o julgamento de Luis Suárez. O Comitê Disciplinar da Fifa se reuniu em um hotel no Rio de Janeiro para decidir se pune ou não o atacante uruguaio por causa da mordida no italiano Chiellini. No entanto, a falta de transparência da entidade é a única certeza que pode-se ter sobre o encontro.

O presidente da comissão, Claudio Sulser, chegou a deixar o hotel. Abordado pelos jornalistas, ele não quis falar sobre o caso. Nem ao menos informou se a decisão já havia sido tomada. A Fifa também não informou quem são os 19 membros responsáveis pelo julgamento do atleta.

Suárez é julgado por suposta infração aos artigos 48 e 57 do Código Disciplinar da Fifa. O primeiro trata de conduta agressiva contra adversários durante as partidas, mais especificamente no item C, que prevê uma partida de suspensão por conduta antidesportiva em relação a um adversário, e item D, que prevê dois jogos de punição por agressão. Já o artigo 57 prevê multa, advertência ou repreensão por conduta ofensiva e falta de fair play.

O jogador do Liverpool, reincidente neste tipo de agressão, corre o risco de ficar fora desta Copa do Mundo, após o Uruguai vencer a Itália por 1 a 0 e avançar às oitavas de final.

Segundo o jornal inglês "The Guardian", na tentativa de defender Suárez, a Federação Uruguaia de Futebol disse que mostraria à Fifa que as imagens da mordida foram manipuladas digitalmente. Ainda de acordo com a publicação inglesa, o advogado do jogador chegou a afirmar que usaria todos os argumentos possíveis para mostrar que o atacante foi vítima de um complô.

"Se Chiellini pode mostrar um arranhão em um ombro, Suárez pode mostrar um machucado e um olho praticamente fechado [por causa de uma suposta agressão sofrida pelo uruguaio no lance]. Se todos os jogadores mostrarem as lesões sofridas e começarem a abrir inquéritos para cada caso, ficará bem complicado", disse o advogado.

A imprensa uruguaia por sua vez publicou que a defesa argumentava que Suárez não mordeu o adversário, mas foi um caso de desequilíbrio do jogador.

O caso de Suárez é recorrente. Ele já foi punido duas vezes por mordidas em jogadores rivais. Em 2010, quando atuava pelo Ajax, da Holanda, agrediu Otman Bakkal, do PSV. A segunda vez foi em 2013, quando Suárez já estava no Liverpool e mordeu Ivanovic, do Chelsea, sendo punido por dez jogos.

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos