Após eliminação, De Rossi e Buffon cobram comprometimento de mais novos
Do UOL, em São Paulo
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Reprodução / Facebook
Após vitória sobre a Inglaterra, Balotelli exibiu seu álbum de figurinhas no Facebook
O meia Daniele De Rossi e o goleiro Gianluigi Buffon bem que tentaram evitar a escolha de culpados pelo fracasso da seleção italiana na Copa do Mundo do Brasil. Tentaram, mas não conseguiram. Os dois veteranos deixaram transparecer seu descontentamento após a derrota frente ao Uruguai, na Arena da Dunas, em Natal, que classificou a Celeste para a próxima fase da Copa e eliminou a Azurra do Mundial.
"É preciso fazer as análises com calma e lucidez. O perigo é evidenciar agora coisas que contam menos do que se pode pensar. É importante não procurar um álibi", disse o meia Daniele De Rossi, em entrevista publicada pelo jornal italiano La Repubblica.
Mas o volante, que não pôde atuar no duelo decisivo em Natal por causa de uma lesão na panturrilha direita sofrida na derrota para a Costa Rica, no Recife, acabou criticando, ainda que indiretamente, nada mais que o atacante Mario Balotelli.
"Com certeza teve coisas que condicionaram o resultado, como o calor e a arbitragem negativa, mas não devemos nos esconder atrás dessas coisas. Temos que esquecer rápido. Melhor: temos que levar em conta tudo isso e recomeçar tudo com homens de verdade, não das figurinhas ou das personagens: esses não servem para a seleção", disparou De Rossi, em uma clara referência ao episódio ao qual Balotelli postou, em sua conta no Facebook, seu álbum de figurinhas da Copa do Mundo, no qual continha somente imagens suas coladas na página da seleção italiana.
"Assino embaixo cada vírgula do que disse o Buffon. Pode ser útil refletir sobre o que o capitão disse, ele que é um dos melhores goleiros de todos os tempos, porque a verdade é que nós sempre damos a cara para bater. Quem não está disposto a se comprometer do mesmo jeito, quem não tem paixão, que fique em casa", reforçou o jogador da Roma.
A menção de De Rossi foi a uma pergunta para Gianluigi Buffon sobre reformulação na Azurra após a eliminação na Copa.
"Reformar tudo? Fomos vice-campeões da Eurocopa e terceiros na Copa das Confederações. É preciso ter serenidade e lucidez nas avaliações. Muitas vezes ouvimos dizer que é preciso substituir pessoas, que fulano é velho e o outro fulano também é velho. Depois, quando é preciso carregar o piano, Pirlo, De Rossi e Buffon estão sempre na primeira fila", disse o goleiro de 36 anos, que disputou sua quinta Copa e pensa em defender Itália até o Mundial da Rússia, em 2018.
"É preciso reconhecer os méritos de quem batalhou no campo, não pelo que fomos um dia, mas pelo que somos ainda. No campo, é preciso fazer, e os nós veteranos sempre fizemos", reforçou Buffon, em mais uma indireta aos atletas mais jovens do grupo, como Mario Balotelli, de 23 anos.
Ao final do jogo, mais um episódio envolvendo Mario Balotelli. Os jogadores italianos ainda permaneceram no vestiário por mais de duas horas depois do apito final na Arena das Dunas, apenas à espera de Andrea Pirlo, que havia sido chamado para o teste antidoping.
Aos 35 anos, o jogador da Juve, que havia anunciado antes mesmo do Mundial de 2014 começar que iria se aposentar da Azurra, pediu pra fazer um discurso de despedida aos companheiros pelos anos defendendo a Itália.
Segundo o La Repubblica, todos esperaram, menos Balotelli que já tinha deixado os outros para trás para subir direto para o ônibus da delegação italiana. A Itália deixou a Copa do Mundo do Brasil ainda na fase de grupos. Com apenas uma vitória em três partidas, terminou na terceira colocação no Grupo D.