Copa de 2018 será mais bem organizada, dizem russos no Maracanã
Mauricio Stycer
Do UOL, no Rio de Janeiro
Para os torcedores russos, o Mundial do Brasil não está sendo apenas motivo de diversão, como é para os demais estrangeiros que acompanham as suas seleções. Eles também são, mesmo involuntariamente, "fiscais da Copa".
A Rússia, como se sabe, vai sediar o Mundial de 2018. Para os torcedores que acompanham a seleção no Brasil, é inevitável comparar os dois países e imaginar como será o evento em casa.
"A organização será muito melhor. Veja Sochi (sede dos Jogos Olímpicos de Inverno, em 2014)", diz Simon Vagapov, que considera problemática a infra-estutura de transporte das cidades que já visitou (Cuiabá e Rio).
Já George Zhadan reclama: "Aqui ninguém fala inglês". Curiosamente, dos 30 russos que o UOL Esporte abordou no Maracanã, dois terços disseram não falar ou compreender bem o idioma.
"O metrô lá será mais fácil. Se você tem ingresso para o jogo, é de graça", reclama Vagapov, sem saber que no Rio quem tem ingresso para jogos não precisa pagar o bilhete.
O sucesso dos Jogos Olímpicos de Inverno é também o argumento de Leonid Zelterman, que está no Brasil com o filho David. "A Rússia vai investir muito dinheiro em infra-estrutura. Vai ficar tudo muito limpo e bem organizado, como foi em Sochi".
Em alguns casos, a sensação de que a Copa na Rússia será melhor que a do Brasil não tem nenhuma justificativa objetiva. "Gostamos daqui, mas acho que lá vai ser melhor. Porque é a nossa casa", diz, por exemplo, Evgenii Gobzhila.
Vale observar que a torcida russa na Copa do Brasil não é das maiores. Apenas cerca de 10 mil ingressos para os três jogos da primeira fase foram vendidos no país, um número decepcionante sabendo que a seleção russa não disputava uma Copa havia 12 anos (não se classificou para os Mundiais de 2006 e 2010).
O clima na Rússia é uma questão que preocupa os próprios torcedores. A Copa será entre junho e julho, época de temperaturas mais amenas. "O tempo pode ser pior lá, mas confio que será mais bem organizado. Não que aqui esteja ruim", diz Boris Lyulinsky. "Os países são muito diferentes. É difícil comparar", acrescenta.
"Além do cllima ser muito diferente, acho que tem outra coisa. Menos gente ama o futebol na Rússia", diz Fedor Borinskikh. "Junho e julho são meses em que chovem. E não tem Copacabana na Rússia", contrapõe Dmitriy Belyaev. "Acho que toda a Copa deveria ser aqui", afirma, animado.