Eto'o fica fora de titulares e pode nem entrar em jogo contra o Brasil

Aiuri Rebello

Do UOL, em Brasília

O principal nome da seleção de Camarões, o atacante Samuel Eto'o, do Chelsea, não irá começar como titular na partida contra o Brasil, nesta segunda-feira (23), no estádio Mané Garrincha em Brasília. O atacante enfrenta problemas físicos desde o início do Mundial. Eto'o estava escalado para falar com jornalistas na capital federal depois que a seleção africana fez seu reconhecimento do gramado no Mané Garrincha, mas não apareceu.

Eto'o não participou do último treino junto com a equipe antes de enfrentar a seleção brasileira. "Com Samuel é a mesma situação que tivemos antes da partida contra a Croácia [quando o atacante não entrou em campo e o time perdeu por 4 a 0]", afirmou o técnico Volker Finke. "Ele faz um trabalho individual, não fez treinamento com o grupo mas desempenha seu papel como capitão. Vai trabalhar nas coisas que dizem respeito ao dever um capitão da equipe. Sem dúvida ele ajuda a mobilizar a equipe e o espírito do time', disse o treinador.

Apesar disso, o técnico disse que o astro pode entrar em algum momento do jogo, se tiver condições físicas. Ele se recupera de uma lesão no joelho. "Eto'o talvez possa ajudar por alguns minutos,  mas começar como titular não, acredito que não. Não deve haver um milagre durante a noite. Talvez ele jogue para ajudar a equipe e talvez não". 

Para Finke, esta não seria a despedida do camaronês de 33 anos da seleção e de Copas do Mundo. "Não acredito que seja o momento de falar em despedida", afirmou o técnico. "Não acho que será a última partida dele com a equipe e nem em uma Copa do Mundo. Ele tem vontade de jogar por mais até quatro anos, então não é o momento de falar disso", disse Finke. "Ele veio para a Copa com um problema no joelho, mas ele não precisa de mais pressão. Ele precisa de algumas semanas para estar em plena forma. Não acho que ele vá agradecer e sair de campo para sempre. Ele em forma pode ainda jogar em alto nível por mais quatro, cinco anos, então não é hora de falar disso."

O técnico da seleção de Camarões admite que, após duas derrotas e a desclassificação - perderam o jogo de estreia contra o México por 1 a 0 e já estão fora da Copa -, o time perdeu o rumo, mas quer se despedir do Mundial com uma boa apresentação contra o Brasil. "Ninguém quer ir embora deixando uma impressão ruim. Queremos fazer algo pelo nosso nome, por nossa reputação e pela reputação de Camarões".

Finke negou com veemência qualquer possibilidade de manipulação de resultados da partida, conforme aventou o chefe de segurança da Fifa, Ralf Mutschke, e o UOL Esporte mostrou. "É a primeira vez que estou ouvindo falar disso e, conhecendo minha equipe como conheço, não há essa possibilidade". Antes da Copa, a delegação de Camarões ameaçou não vir para jogar o Mundial. Após uma negociação com a confederação nacional de futebol, o valor do prêmio oferecido aos jogadores aumentou e eles vieram. 

O técnico também lamentou a briga em campo no final do jogo contra a Croácia, quando os atletas Assou-Keto e Moukandjo trocaram empurrões em campo. "Todos viram um comportamento que é inabitável e isso ficou bastante claro para nós. Então nós temos que tentar evitar este tipo de comportamento no futuro, mas o que acontece, eu e a equipe poderiam ser considerados responsáveis, mas eu achei inaceitável", afirmou.

"É algo que todos viram. O fair play é um negócio importante os jogadores profissionais que ganham muito dinheiro tem que ser um exemplo para os jovens do mundo inteiro. Não vou fazer sermões, mas os jogadores que estavam envolvidos entenderam que era errado, e haverá conseqüências par estes jogadores". Após o episódio, os jogadores se desculparam publicamente. 

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