Torcida de Camarões ignora eliminação e recebe time ao ritmo de "Waka Waka"

Aiuri Rebello

Do UOL, em Brasília

Quem passasse desavisado na porta do hotel Golden Tulip na manhã deste domingo (22) em Brasília não podia desconfiar que os cerca de 60 torcedores que faziam muita festa no local aguardavam a seleção de Camarões, que joga amanhã seu último jogo na Copa contra o Brasil no estádio Mané Garrincha já desclassificada do Mundial, tamanha era a animação do pessoal.

Com tambores, cornetas, bandeiras e muito "Waka Waka" -- espécie de ritmo e dança típicos de Camarões que foi adaptado e virou a música oficial da Copa de 2010, na África do Sul, na voz da cantora colombiana Shakira -- os torcedores do país africano não pareciam se importar com a desclassificação precoce no Mundial da Fifa, após as duas primeiras rodadas.

"O Waka Waka virou um hino do futebol para nós", explica a estudante universitária Emanuelle Ferreira, de 23 anos, camaronesa casada com um brasileiro e que vive no Brasil desde 2009. "Quando a musica foi adaptada e escolhida como hino da Copa da África, cantada pela Shakira ainda por cima, para nós foi a glória. Desde então, 'Waka Waka' virou sinônimo também de futebol e não pode faltar mais em nenhuma Copa ou torcida nossa", afirma a estudante.

"Para nós já foi importante a seleção ter vindo para a Copa e participarmos da festa. Não é por que não nos classificamos que vamos perder a alegria do Waka Waka", diz Didier Mutambé, camaronês de 47 anos que vive em São Paulo há 15 anos. "Vamos nos despedir desta Copa do nosso jeito, fazendo muita festa".

O grupo de torcedores era na sua maioria formado por camaroneses que vivem no Brasil. Havia representantes de SP, RJ, PR e do próprio DF. Quem organizou e recebeu a turma em Brasília foi o professor universitário Michel Biejang, que trabalha na UNB (Universidade de Brasília). "Estamos aqui com muita alegria. mesmo com a situação no nosso time dentro do Mundial estamos feles de estar aqui", diz o professor universitário. "Acho que um a um seria um resultado lindo, bom para as duas equipes", diz ele em tom conciliador, que tem uma filha brasileira dentro de casa.

Para o professor universitário, além de uma música típica o "Waka Waka" virou sinônimo e hino do futebol deo Camarões. "Foi um reconhecimento muito importante e agora pegou, não largamos a combinação do 'Waka Waka' com futebol nunca mais".

O casal de torcedores brasileiros Rogério Costa e Silva, analista de sistemas de 28 anos, e Priscila Rodrigues, esteticista de 30, foi ao hotel da seleção brasileira tentar algum contato com os torcedores. Sem sucesso, resolveram passar para ver a movimentação no hotel da seleção de Camarões, ao lado, e estavam adorando o "Waka Waka"dos africanos. "Aqui está muito mais animado que lá", diz Costa e Silva. "Tem música e dança, lá só tem adolescente fã do Neymar e os jogadores são muito metidos, nem para dar um oi para a galera".

A delegação de Camarões chegou no aeroporto internacional de Brasília por volta do meio-dia deste domingo, mas quebrou o protocolo e, antes de seguir para o hotel, resolveu passar na embaixada do país na capital federal antes. Depois de meia hora, seguiram para o hotel. O time chegou ao estádio Mané Garrincha por volta das 16h para fazer o reconhecimento do gramado.

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