Com tradução, torcida e festa, religiosos tentam se aproximar da Copa em MT

Guilherme Costa

Do UOL, em Cuiabá (MT)

  • Guilherme Costa/UOL

    Nigeriano, na mesquita de Cuiabá, com livros traduzidos que estão sendo distribuídos

    Nigeriano, na mesquita de Cuiabá, com livros traduzidos que estão sendo distribuídos

Minutos antes de a Nigéria chegar para treinar na UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), na véspera do confronto com a Bósnia na Arena Pantanal, um grupo de torcedores esperava a seleção africana. Eram todos brasileiros, e chamava atenção um trio envolvido em bandeiras com as cores do país africano. Arthur Marques, Camila Brígida e Graziela Gallo acompanharam a equipe nacional desde o desembarque no aeroporto em Cuiabá. Os três viajaram à capital mato-grossense como parte de um programa de uma igreja e simbolizam o quanto diferentes religiões têm feito esforços para se aproximar da Copa do Mundo de 2014.

Arthur, Camila e Graziela viajaram de Bragança Paulista para Cuiabá com passagens compradas pela comunidade religiosa que frequentam. Os três tiveram de custear despesas na capital mato-grossense – eles ficaram hospedados em aposentos da própria igreja. O trio levou panfletos em diferentes idiomas para espalhar entre torcedores das seleções que passarem pela cidade.

"Irã, Argélia, Nigéria, Rússia e Colômbia estão entre os países que mais matam cristãos no mundo, e os três últimos têm jogos da Copa em Cuiabá", relatou Graziela. Além dos panfletos e das bandeiras, o trio levou camisetas especiais à capital mato-grossense. Eles fazem parte de uma missão fundada pelo pastor Jonathan Ferreira dos Santos, que espalhou representantes em todas as sedes da Copa.

No entanto, a missão não foi a única tentativa de religiosos se aproximarem da Copa. Um grupo ligado a outra igreja realizou ações no Fifa Fan Fest e nas imediações da Arena Pantanal. Eles ofereceram pinturas de rosto e fizeram danças coreografadas.

Igrejas católicas de Cuiabá apostaram em missas traduzidas. A São Gonçalo criou cerimônia em espanhol, e a catedral Basílica do Senhor Bom Jesus de Cuiabá fez toda a liturgia em inglês. O programa especial foi um pedido do prefeito Mauro Mendes.

No bairro Bandeirantes, um grupo montou no dia 12 de junho uma tenda para difundir o islamismo em Cuiabá. Lideradas pelo sheik Omar Omama, as pessoas distribuem livros e panfletos sobre a religião e tentam interação com o público. O material é traduzido para inglês, espanhol, russo, alemão e italiano.

Ao site "Mídia News", Omama disse que Cuiabá tem 200 famílias de origem muçulmana e outras 15 convertidas. O foco da ação, contudo, é a presença de turistas estrangeiros na cidade – sobretudo para o jogo do último sábado, disputado por Bósnia e Nigéria, dois países que têm grandes contingentes de praticantes da religião.

Na sexta-feira, jogadores da seleção da Bósnia e alguns torcedores da Nigéria estiveram na mesquita de Cuiabá. Até aqui, mais de 100 mil livros foram distribuídos pelos muçulmanos na cidade.

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos