A Delegacia Especializada do Consumidor, que é ligada à Polícia Civil, identificou tentativa de marketing de emboscada e barrou produtos que estavam com torcedores nigerianos neste sábado, na entrada da Arena Pantanal. O flagrante foi feito antes do jogo entre Bósnia e Nigéria, válido pela segunda rodada da fase de grupos da Copa de 2014.

Segundo a Polícia Civil, os itens estavam com um grupo de 300 torcedores nigerianos. Havia camisetas, bandeiras e bonés alusivos a duas marcas que não são patrocinadoras da Copa. Se eles tivessem entrado no estádio com isso, teriam infringido a Lei Geral da Copa.

Avisados sobre isso na entrada, os torcedores tiveram de descartar os produtos. "Uma das empresas, quando viu que nós estávamos fiscalizando, deixou para entrar no segundo tempo, inclusive com instrumentos musicais, demonstrando marketing de emboscada pelo modus operandi, mas também foi impedida", relatou a delegada Ana Cristina Feldner.

As marcas envolvidas na ação não foram divulgadas. Em nota publicada no site da Polícia Civil há uma foto com produtos da TAN, sigla em inglês que significa "embaixadores da transformação na Nigéria" e se refere a uma ONG (organização não governamental) com foco no desenvolvimento social.

"Eles falaram sobre nossas camisas e nossos bonés, e eu disse para deixarem tudo. Nós não estamos aqui fazendo marketing ou vendendo algum produto. Estamos aqui porque somos uma associação de ex-jogadores e apoiamos os esportes da Nigéria. Criamos essa instituição para dar suporte à agenda esportiva presidencial", disse Waidi Akanni, ex-jogador da seleção africana e presidente da instituição.

"Se eu tivesse ligação com qualquer empresa, colocaria essas marcas nas nossas camisas. Pode procurar. Nós não temos vínculos com empresas, mas com indivíduos. Atualmente somos apoiados por 15 pessoas", completou o ex-jogador.

A Lei Geral da Copa prevê pena de três meses a um ano de detenção em caso de prática de marketing de emboscada.