A seleção brasileira chegou a Brasília na noite deste sábado para a disputa do jogo decisivo na Copa do Mundo. A equipe foi recebida por cerca de 150 torcedores no aeroporto da capital federal, que não conseguiram ver os jogadores. O time desembarcou na base aérea anexa ao aeroporto direto no ônibus que os levou ao hotel, próximo ao Palácio da Alvorada, onde mais pelo menos outros 300 torcedores aguardavam a delegação.

A chegada dos jogadores no hotel não foi como os torcedores esperavam. Os centenas de fãs que esperavam no local não puderam nem ver de longe os atletas. Foi armado um tapume para o desembarque dos jogadores que já era feito longe do local em que estavam os torcedores. Após perceber que não conseguiriam ver os ídolos, os fãs começaram a vaiar.

Após o distanciamento do ônibus, que entrou no hotel em direção ao edifício, alguns torcedores grudaram ao longo de uma das faces da grade que cerca o local. Assustados com possibilidade de invasão, o policiamento reforçou o número de homens do lado de dentro.

Depois da frustração, alguns torcedores permaneciam no local e cantavam: "O seleção cadê você, eu vim aqui só para te ver". A música "eu sou brasileiro com muito orgulho" também foi cantada. A polícia tentava convencer os fãs a irem embora para deixar os jogadores descansarem.

Ao sinal de qualquer movimentação dentro do hotel, as torcedoras, principalmente as Neymarzetes começavam a gritar no hotel. Alguns fãs subiam em árvores e bicicletas para ver alguém. Até Murtosa, auxiliar técnico de Felipão, tinha seu nome gritado.

"Murtosa tem papel importante, ele que dá as dicas para os jogadores, acompanho ele desde a época de Palmeiras", disse Gabriel Nilo.

Boa parte do público que estava presente no local era formada por famílias, com muitas crianças e até alguns bebês de colo.

Thomas Ferreira de Freitas Júnior, de 29 anos, supervisor de segurança, fez questão de vir com a esposa grávida e filho de oito meses às 23 horas acompanhar a chegada da seleção. "Quando eu estava no aeroporto, descobrimos que não dava para ver ninguém. Aí viemos correndo para cá e ainda bem que deu tempo de ver o ônibus chegando", disse.

Apesar disso de não ter conseguido ver os atletas, ele aprovou a oportunidade. "É um programa diferente, não sei quando vai ter outra Copa do Mundo no Brasil, eu tinha de vir prestigiar a nossa seleção", completou.

André Vieira, comerciante de 37 anos, esteve no local acompanhar por Ângela, de 31 anos, e seus dois filhos, Leonardo, de 11 anos, e Gabriela, de 11 meses.

"Confesso que não estava muito animado não. Mas meu filho e minha mulher fizeram questão de vir e arrastaram a família toda, mas está bom, é uma festa divertida", afirmou.

A família Sousa foi com 14 pessoas ao local. Eles são de Ceilândia, cidade satélite de Brasília no Distrito Federal. "A gente quer ver se consegue um autógrafo ou uma foto do Neymar e do David Luiz", André, que ainda tinha esperanças de ver os atletas antes de ser frustrado pelo tapume. Os membros da família iam desde um garotinho de 4 anos até um senhor de 51

O Brasil jogará na próxima segunda-feira contra Camarões no estádio Mané Garrincha. Caso perca, a seleção corre risco de ficar de fora das oitavas de final.