Fifa serviu comida estragada para funcionários na Arena Pernambuco
Carlos Madeiro
Do UOL, no Recife (PE)
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AFP PHOTO / JAVIER SORIANO
Jogadores de Itália e Costa Rica entram no gramado na Arena Pernambuco
A Apevisa (Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária) abriu inquérito epidemiológico e notificou a Fifa por oferecer alimentos contaminados a trabalhadores na partida de sexta-feira (20) entre Itália e Costa Rica, na Arena Pernambuco. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, 37 funcionários e voluntários precisaram de atendimento médico na Arena. Seis pessoas apresentaram diarreia e vômito.
Durante inspeção antes da partida, quatro dos oito tipos de alimentos oferecidos aos trabalhadores estavam contaminados, conforme análise laboratorial. Os problemas eram as porções de feijão, de farofa, de salada e de pudim. Ao todo, 320 quilos de alimentos foram apreendidos.
Em balanço apresentado neste sábado, o governo do Estado disse que foram "encontradas irregularidades na cozinha central da Arena". "A vigilância está fazendo um inquérito epidemiológico de surto de diarreia em relação a alimentos", informou a secretária de Saúde de Pernambuco, Ivete Buril.
Segundo a secretária, a comida servida aos funcionários é diferente da ofertada a convidados e jornalistas e vem de uma empresa de Campinas (SP). Outras três sedes – Cuiabá, Fortaleza e Belo Horizonte – também teriam apresentado problema similar, segundo Buril.
"O pessoal da Vigilância separa a alimentação para os funcionários e coleta amostras para encaminhar para o laboratório. Dos oito alimentos, quatro estavam contaminados. Determinamos que a Fifa desse outro alimento a eles", explicou.
Neste sábado, fiscais da vigilância estão realizando nova inspeção no local. "A gente notificou a Fifa, e ela tem uma assessoria só para área de alimentos. A Apevisa está lá hoje (sábado) com a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], que também notificou a Fifa para realizar os procedimentos", disse.
A secretária explicou que além dos seis funcionários com quadro de diarreia e vômito, os demais apresentaram quadros como dor de cabeça e náusea. Por conta do alto número de atendimentos, a Fifa foi chamada a dar explicações. "Precisamos aprofundar porque é realmente um número alto. Chamamos a Fifa para discutir o que pode ser feito para reduzir esses atendimentos", pontuou Buril.
Em comunicado oficial divulgado após a publicação da reportagem, o Comitê Organizador Local rebateu os dados repassados pelo governo pernambucano e disse que apenas um funcionário teve problemas gástricos, "sem nenhuma comprovação de relação com as cerca de 5 mil refeições oferecidas ontem na Arena Pernambuco."
O COL disse ainda que os 320 kg de comida foram retirados de maneira preventiva e não foram oferecidos ao público, funcionários ou voluntários. A organização da Copa disse não há registro de problemas com a comida oferecida nas demais sedes da Copa, a não ser o ocorrido com a comida dos voluntários em Brasília.