Fifa diz que invasão foi incidente constrangedor e promete rever segurança

Rodrigo Mattos e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

Contragedora. Foi assim que o diretor de Segurança da Fifa, Ralf Mutschke, classificou a invasão do Maracanã por torcedores chilenos na quarta-feira, antes do jogo entre Chile e Espanha pela Copa do Mundo de 2014. "É algo constrangedor", disse ele, sobre o incidente.

Segundo Mutschke, é dever da Fifa proteger os jornalistas que vêm ao Brasil cobrir o Mundial de futebol. O invasores chilenos, entretanto, entraram no Maracanã justamente pela sala de imprensa do estádio. Houve correria pouco antes da partida e o espaço teve móveis e equipamentos danificados.

Mutschke afirmou também que é dever da Fifa proteger todos os torcedores da Copa do Mundo. Os fãs, segundo ele, não estiveram em risco. Mesmo assim, é algo que a entidade máxima do futebol tem obrigação de se preocupar.

Discurso positivo

A posição da Fifa sobre a invasão foi declarada por Mutschke em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira. O evento reuniu autoridades de segurança do COL (Comitê Organizador Local) e da Sesge (Secretaria Extraordinária para Segurança de Grandes Eventos), órgão do governo federal.

Tanto o COL como a Sesge consideraram a operação do Maracanã durante Espanha x Chile como positiva. Disseram que a invasão foi um caso isolado. Além disso, declaram que todo o protocolo de segurança elaborado para situações como a da tarde de quarta foi seguido. Por isso, o tratamento à invasão foi bem sucedido.

"Não tivemos outros incidentes. O incidente [invasão] começou fora do estádio.", disse Hilário Medeiros, do COL. "A grade do estádio rompeu-se. O procedimento operacional foi acionado. Os seguranças fizeram contenção sem criar pânico."

"O protocolo de segurança definido entre Fifa, COL e governo foi seguido". complementou  Andrei Augusto Passos Rodrigues, secretário extraordinário de Grandes Eventos do Ministério da Justiça. 

Mudanças à vista

Representantes do COL e Sesge afirmaram, porém, que reuniões serão feitas para rever o esquema de segurança do Maracanã para a Copa do Mundo. Eles não quiseram adiantar o que será alterado do plano original. Disseram que isso deve ser divulgado nos próximos dias.

"Medidas devem ser tomadas, mas serão tomadas com base na análise de risco", disse Medeiros. "Será uma decisão conjunta entre o COL e governos."

Segundo Medeiros, a invasão do Maracanã ainda será tema de análises dos organizadores da Copa. Algumas questões, inclusive, seguem sem resposta no comitê. O diretor de segurança do órgão afirmou nesta quarta que não sabe quantos torcedores entraram no estádio sem ingresso.

Foram detidos 87 torcedores chilenos. O UOL Esporte conversou com um torcedor que invandiu o Maracanã, assistiu ao jogo e não foi embora do estádio sem problemas.

Entenda o caso

Cerca de uma hora antes da partida entre Chile e Espanha, no Maracanã, que teve início às 16h, torcedores sem ingresso derrubaram as grades do Portão C do estádio e invadiram o local sem permissão.

Um grupo invadiu a sala de imprensa do Maracanã, onde derrubaram uma divisória erguida para isolar o acesso à área interna. Uma torcedora com camisa do Chile machucou o braço quando um vidro foi quebrado. Depois, alguns dos invasores foram pegos por seguranças e colocados sentados em um canto do corredor do estádio.

Parte dos invasores conseguiu assistir ao jogo nas arquibancadas do Maracanã. Os que foram pegos pela segurança do estádio acabaram detidos. A polícia informou que o grupo tinha 88 pessoas, 87 deles chilenos e um argentino. Todos eles têm 72 horas para deixar o país. Quem não cumprir, pode ser deportado.

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