Cambismo rola solto no Mané Garrincha antes de Colômbia e Costa do Marfim
Aiuri Rebello
Do UOL, em Brasília
A venda irregular e ilegal de ingressos rolava solta no entorno do Mané Garrincha, em Brasília, antes da partida entre Colômbia e Costa do Marfim, às 13h desta quinta-feira (19) pela segunda rodada do grupo C da Copa. Em cerca de duas horas, a reportagem do UOL Esporte flagrou cinco cambistas -- a maioria aparentemente estrangeiros -- comercializando entradas para torcedores sem ingresso na porta do estádio.
Em um dos casos, a reportagem presenciou a PM enquadrar um jovem brasileiro aparentando cerca de 20 anos vendendo ingresso a um colombiano ao lado de um dos detectores de metais de acesso à arena. Após revistá-lo e ele explicar que só tinha aquele ingresso -- ganhou e não queria acompanhar a partida, por isso vendeu -- o jovem foi liberado pelos policiais com R$ 200 no bolso.
O torcedor estrangeiro foi para a fila com a entrada. O PM que liberou o jovem flagrado vendendo o ingresso não quis se identificar,e mandou a reportagem "sair andando".
A cerca de 200 metros dali, mais distante da arena, um cambista com a camisa da Colômbia acompanhado de uma criança e uma mulher vendia ingressos que retirava de uma mochila por cerca de 100 dólares, pelo que acompanhou uma negociação a reportagem do UOL Esporte. "São dos meus amigos e família", explicou ele. "Perderam o voo no Rio de Janeiro e não conseguiram chegar, aí estou tentando minimizar o prejuízo", disse sem querer se identificar.
Não era possível contar, mas o colombiano tinha dezenas de ingressos nas mãos. Pouco antes do inicio da partida, quando o entorno do estádio já não tinha filas e havia poucos torcedores reunidos em pequenos grupos, o cambismo de última hora não havia parado. Um torcedor de cabelos compridos negociava em uma sombra de árvore com um grupos e torcedores com a camisa da seleção brasileiro ingressos que tirava e escondia de e em uma mochila.
"Acabaram sobrando entradas e não tem cabimento morrer com elas na mão", dizia ele. "Estamos vendendo até por menos do que pagamos, não há lucro com isso", disse ele também sem dizer o próprio nome.