Manifestantes fecham avenida no centro de Belo Horizonte

Isabela Noronha

Do UOL, em Belo Horizonte

Um grupo de cerca de 100 pessoas participa de uma manifestação que começou por volta das 12h40 em frente a uma lanchonete de fast food na Savassi, centro-sul de Belo Horizonte. Com tambores e chocalhos, eles cantam em protesto contra a Fifa, a repressão policial e a falta de saúde e educação. O local tem sido o escolhido pelas torcidas estrangeiras para comemoração após os jogos que ocorrem na cidade.

A polícia militar, que colocou 12 mil homens nas ruas hoje para garantir tranquilidade no jogo Bélgica x Argélia que ocorre no Mineirão, está no local e fechou a Avenida Getulio Vargas, no sentido Serra, na altura da Avenida Cristóvão Colombo. Antes, manifestantes tinham bloqueado a avenida no sentido oposto.

Um dos manifestantes, vestido de palhaço, se deitou em frente aos policiais e levantou um cartaz com uma mensagem em espanhol, dizendo " bem-vindo ao pais das maravilhas, o campeão".

Com a finalidade de cortar as manifestações antes mesmo de elas começarem, a polícia militar montou uma base nesta manhã em frente a essa lanchonete que seria o ponto de encontro definido pela Assembleia Popular Horizontal de Belo Horizonte, que, em sua página do Facebook, convoca uma manifestação para o meio-dia.

A PM nega que tenha escolhido o mesmo local de propósito e afirma que a instalação da base já estava planejada antes de marcado o protesto.

Mais cedo, a polícia começou a revista de todas as pessoas consideradas "suspeitas" que estavam pelo centro de Belo Horizonte.

O designer Lucas Bahia, de 29 anos, conta que foi revistado três vezes em menos de duas horas nesta terça-feira (17), quando Bélgica e Argélia fazem sua estreia no Mundial, no Mineirão.

O rapaz participava com outras pessoas de um workshop sobre arquitetura na Praça da Liberdade, região central da capital mineira, quando o grupo foi abordado por policiais militares.

"Eram seis PMs. Eles pediram para ver nossas bolsas, e uma colega até perguntou: e se não quisermos mostrar? Um deles respondeu que teriam de usar a força", conta.

Segundo Lucas, a primeira vez que foi revistado foi  logo quando saiu de sua casa, por volta das 9h20. "Foi uma revista daquelas de parede mesmo", conta. A segunda vez foi quando ele aguardava o início do workshop, sentado na escadaria de um edifício próximo à praça. "Um policial veio e pediu meu nome e endereço", relata.

Nada de ilícito foi encontrado com os participantes do workshop. "Acho que são medidas excessivas por causa da Copa, esse grande evento", diz. E acrescenta que já participou de manifestações e acredita que isso possa ter influenciado o comportamento dos policiais. "Acho que eles têm uma ideia de quem transita no movimento", diz.

 

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