Copa corrige esquecimento de 1950 a palco mais acolhedor da seleção

Paulo Passos

Do UOL, em Fortaleza

  • Clive Rose/Getty Images

    Jogadores da seleção brasileira agradecem ao apoio da torcida presente no Castelão em 2013

    Jogadores da seleção brasileira agradecem ao apoio da torcida presente no Castelão em 2013

Região considerada pelos jogadores e pelo técnico da seleção como o palco mais acolhedor do Brasil, o Nordeste receberá pela primeira vez nesta terça-feira um jogo do time nacional em Copa do Mundo. A partida contra o México, em Fortaleza, às 16h, com acompanhamento em Tempo real do Placar UOL, corrigirá um esquecimento histórico do Mundial de 1950, quando a região teve apenas um jogo do torneio, a vitória do Chile sobre os Estados Unidos, em Recife.

A partida desta terça pode não ser a único do Brasil na capital do Ceará. Caso fique em primeiro no grupo A e chegue até às quartas de final, o time de Luiz Felipe Scolari jogará mais uma vez no Castelão. Pelo que diz Thiago Silva, isso seria uma ótima notícia.

"Nos sentimos muito à vontade aqui. Faz parte do povo nordestino. Já tivemos isso na Copa das Confederações. Até o momento não tinha jogado. Fiquei surpreso com aquela recepção toda. Na hora do hino você escuta cantando a forma que foi", afirmou o capitão do time.

Campeã de sedes

Se foi "esquecido" em 1950, o Nordeste é a região com mais sedes em 2014. Natal, Salvador, Recife e Fortaleza recebem 21 das 64 partidas do torneio. Para isso, o poder público teve que bancar dois novos estádios, em Natal e Recife, e a reforma de outros dois, em Salvador e em Fortaleza.

Dos mais de R$ 7 bilhões gastos com arenas da Copa, 30% foram investidos nas quatro cidades. O palco do jogo da seleção, nesta terça-feira, custou R$ 519 milhões. O Castelão divide com a Fonte Nova, em Salvador, o posto de estádio mais prestigiado no Mundial, com seis jogos, incluindo um nas quartas de final.

Êxodo da bola

A atual seleção conta com quatro jogadores nascidos no Nordeste. O baiano Dante, o pernambucano Hernanes e paraibano Hulk deixaram seus estados antes de completar 20 anos e triunfaram no futebol longe de casa.

Daniel Alves é o único do quarteto que ainda jogou por um tempo como profissional na sua terra. Deixou o Bahia aos 20 anos, quando já era destaque nos times de base da seleção brasileira.

A saída precoce do Nordeste não tirou o orgulho dos jogadores pelas suas origens. Daniel Alves e Dante fazem questão de exaltar a sua "baianidade" em entrevistas. Hernanes lembrou da sua terra natal quando foi perguntado sobre o seu perfil, sua personalidade.

"Meu perfil não foge do pernambucano cabra macho, arretado, que não desiste nunca. Determinação é a nossa maior força", afirmou.

Hulk foi o último a se pronunciar sobre suas origens. Em entrevista coletiva, se irritou com um jornalista que fez uma pergunta afirmando que o "povo nordestino era engraçado".

"Não levo por esse lado. Não fazemos graça para ninguém", retrucou. "É diferente porque os atletas não jogam sempre lá, mesmo de clubes do Brasil quase não jogam no Nordeste. A torcida nordestina é especial, torce com o coração. Mas dizer que é engraçado não", completou.     

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