Fàbregas e Alonso pedem fim de tiki-taka e abrem discussão na Espanha

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em Curitiba

A entrevista coletiva da seleção espanhola neste domingo, em Curitiba, abre uma enorme discussão no histórico recente do futebol espanhol. Escalados para falar com os jornalistas, Césc Fàbregas e Xabi Alonso pediram o fim do tiki-taka, estilo de jogo de passes curtos e posse de bola que caracteriza o time que venceu tudo o que disputou desde 2008. "É um jogo de vida ou morte, é ganhar ou ganhar. Senão, vamos para casa", disse Fàbregas, no CT do Caju. O jogador foi reserva na última partida e recentemente transferido do Barcelona para o Chelsea (ING). As respostas surpreenderam. Para a dupla, após o vexame na estreia da Copa do Mundo com derrota por 5 a 1 contra a Holanda, o técnico Vicente Del Bosque tem de adotar outro estilo, mais direto.

"O que essa equipe fez nos últimos seis anos foi história, mas não se pode viver disso. Temos que vencer o Chile. Dessa vez não se pode ter um futebol tão de posse, de toque de bola, passe, passe e passe… Temos que ser mais dinâmicos", falou Fàbregas.

A Espanha enfrenta o Chile na quarta-feira, no Maracanã, no Rio de Janeiro. E Fàbregas prosseguiu. Para ele, o técnico Vicente Del Bosque precisa mudar o estilo de jogo por um mais direto, e passes que chegue logo ao setor ofensivo. Além de ganhar, é confortável que a Espanha pense em abrir placares mais largos após vitória tão pesada da Holanda.

"Se pode ganhar de outras maneiras. Sei que nos caracterizamos por um bom toque. Mas há momentos na vida que temos que atacar, ganhar. Temos que ser muito valentes. Não precisa trocar os jogadores, mas há que ser valente, e atacar. Temos jogadores de muita classe, de muito nível e não vejo por que não podemos fazer um bom jogo contra o Chile", falou.

Para Xabi Alonso, a opinião é a mesma. O volante do Real Madrid, autor do único gol contra a Holanda e um dos mais experientes da seleção, a Espanha tem de esquecer os toques de lado e o controle de jogo para fazer a bola chegar mais rápido ao campo de ataque.

"Sabemos as necessidades que temos. Com os jogadores que temos, temos diferentes perfis e temos que ser inteligentes para não cair nas facilidades que o Chile pode nos dar, para controlar a partida, para buscar mais verticalidade. Podemos combinar os dois estilos", falou Alonso.

Alonso ainda apontou falta de concentração e problemas técnico. O volante alerta que o Chile tem características similares às da Holanda. "É um problema técnico, de concentração e de controlar situações que já havíamos antecipado. Portanto são erros que podem ser corrigidos, porque os detectamos. Em certas coisas que a Holanda nos fez dano, Chile pode ter características similares. Eu acredito eu a sensação que ficou quando foi 3 a 1 é que respondemos com mais coração do que cabeça. E fizeram mais dois gols. Mas não tem a ver com questão física, a questão é que não soubemos raciocinar da maneira certa", falou.

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