Holandesas vivem "sonho tropical" com a Copa do Mundo no Brasil
Vagner Magalhães
Do UOL, em Salvador
Os holandeses estão acostumados a rodar, principalmente a Europa, atrás da seleção nacional. Quando o Brasil foi anunciado como a sede da Copa de 2104, há sete anos, eles já começaram a se mobilizar. A maioria comprou passagem aérea e veio. Outros, mais ousados, embarcaram veículos para os Estados Unidos e permaneceram mais de três meses na estrada, por toda a América Latina, até chegar ao Brasil. Até mesmo um ônibus foi mandado para cá. Do Rio de Janeiro a Salvador, percorreu mais de 1,6 mil km. Na agenda ainda há Porto Alegre, São Paulo e o que mais vier, desde que a equipe vá adiante na Copa. As mulheres da "delegação" dizem que estar no Brasil é a realização de um sonho. "Tropical".
Carolina Va Es veio de Rotterdam para o Brasil. Disse estar encantada pela acolhida do povo de Salvador e que gostaria de acompanhar a seleção até a final, como em 2010. Desta vez, com vitória. "Salvador é uma cidade aconchegante, com clima tropical. Para quem está viajando, é tudo o que se quer", diz ela, enquanto experimentava uma caipidinha, comprada em um quiosque, no centro de Salvador.
Elise Reefman é outra que conta que o calor humano brasileiro é uma das características que mais gosta no País. "O clima tropical ajuda muito. As pessoas ficam mais à vontade. Até agora, tenho gostado muito do que vi", disse.
Estima-se que 3 mil torcedores da Holanda estejam na cidade para a partida desta tarde contra a Espanha, reedição da final da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. O médico Sergio Losa, 34, espanhol, diz que a esmagadora presença da torcida holandesa sobre a espanhola, se deve, entre outras coisas, à crise econômica vivida em seu país. Poucos deles circulavam pelo centro histórico nesta manhã.
"Eles (os holandeses) são muito organizados e sabem fazer do futebol uma festa. Estamos aqui em minoria e é bonito vê-los assim. É um povo muito tranquilo. Na África do Sul foi a mesma coisa", disse.
Peter Willemse chegou ao Brasil há 8 anos e tem mulher e filha brasileira. Não esconde a alegria de ver os seus conterrâneos em Salvador, a cidade que escolheu para viver.
"Já encontrei alguns amigos por aqui e é bom ouvir as músicas do meu país, além de encontrar meus conterrâneos. A partida desta tarde é a única que vou acompanhar na Copa. É uma alegria imensa".
O motorista do ônibus que veio do Rio de Janeiro para Salvador, Frans Peeters, 62, diz que a viagem foi tranquila e a estrada estava em um bom nível de conservação. Dentro do ônibus há até uma chopeira instalada.
"Conosco vieram famílias inteiras, muitos casais. É a forma que temos de celebrar o futebol, que vai muito além das quatro linhas. Estamos muito felizes de estar aqui. E é só o começo, disse. "Vai depender de como a Holanda se portar", afirma