Com Olodum e música holandesa, torcedores revivem final de 2010 em Salvador
Vagner Magalhães
Do UOL, em Salvador
Há quatro anos, torcedores espanhóis e holandeses se encontraram no estádio Soccer City, na África do Sul. Os espanhóis vencerem por 1 a 0 na prorrogação e conquistaram a Copa do Mundo. Entre eles, nenhum ressentimento. O reencontro se deu nesta sexta-feira, no Pelourinho, em Salvador. As equipes se enfrentam a partir das 16h na Arena Fonte Nova.
Os holandeses são conhecidos por sua organização e o gosto pelas festas. Nesta manhã, tomaram o Terreiro de Jesus, no coração do Pelourinho, e desde as 9h a música tradicional de seu país começou a ecoar por toda a região. Além de holandeses e baianos, os espanhóis também foram chegando aos poucos e ficaram. Por volta das 11h, o Olodum assumiu o palco por 15 minutos. A festa começou para valer.
A baiana Antonia Sá da Silva, 75, estava de passagem. Ouviu a música, parou e em pouco tempo já estava com um cachecol da holanda, presente dos visitantes. "Eles são amáveis demais. Isso aqui tá muito bonito. É bom ver gente alegre", disse ela, enquanto voltava para casa.
O holandês Felipe Van der Jagt deixou seu país aos 19 anos para estudar na Argentina. Ao chegar ao aeroporto, tomou um táxi. Ao volante, a paraguaia Marta Otazo. Ambos estão juntos até hoje e vivem em Buenos Aires. Otimista, o casal comprou ingressos para todos os jogos da primeira fase e para o caminho que a Holanda pode fazer até a final.
"A equipe da Holanda não é muito segura. É um time sem muita experiência, mas que pode fazer uma boa Copa. É nisso que apostamos. Mais do que o futebol, é essa confraternização toda é que atrai", disse ela.
A paraguaia concorda. Diz que o povo brasileiro é muito amável e que espera uma Copa do Mundo bastante divertida. "A Copa aqui na América do Sul é diferente. Estamos em casa", diz ela, que acompanhou o marido aos mundiais de 2006, na Alemanha, e 2010, na África do Sul.
Outro torcedor holandês costurou bandeiras com os confrontos da primeira fase em sua fantasia. Arriscou até um palpite para as oitavas-de-final. Brasil e Holanda. Quem vence? "O melhor", diz ele. Entre os holandeses, esse é o sentimento. Vencendo ou não, o que importa é festejar.
Para os espanhóis, o plano é mais ambicioso. Em uma faixa, colocada logo cedo em torno do chafariz do Terreiro de Jesus, podia-se ler: "Vicente (del Bosque) tiene um plan... Brasil 2014: tocaremos la gloria". É o sonho do bicampeonato.