Vendedora de chocolate tem prejuízo por causa da seleção, mas dá 'jeitinho'

Danilo Valentini

Do UOL, em São Paulo

  • Danilo Valentini/UOL

    Cristina Mansour viu seus negócios serem prejudicados pela seleção

    Cristina Mansour viu seus negócios serem prejudicados pela seleção

A hospedagem da seleção brasileira mudou a vida de diversos moradores de uma rua de São Paulo. Vizinhos do hotel que recebe Neymar e companhia viram seu caminho restrito, uma invasão de seguranças e perderam até dinheiro. É o caso da dona de uma loja de chocolates, que viu sua clientela sumir em plena semana de Dia dos Namorados.

Os clientes de Cristina Mansour  acabaram tendo dificuldades de acesso à sua loja, localizada quase em frente ao hotel da seleção, e toda uma produção feita justamente com temática de Copa ficou nas prateleiras.

Mas nem tudo foi decepção. Cristina deu um jeitinho de tirar o atraso e faturar até mais do que teria na venda de seus chocolates. Ela alugou um espaço para o caminhão de transmissão de uma emissora de TV ficar estacionado e conseguiu suprir o prejuízo inicial.

Apesar de toda a bagunça, ela não ficou frustrada: "Não estou frustrada não, estou muito contente de a seleção estar aqui e pelo tratamento do pessoal do hotel, que me garantiu segurança. Tinha medo de manifestação, e como minha loja é de vidro, estava preocupada que pudesse ser quebrada", afirmou ela.

A movimentação nesta quinta-feira foi intensa para tentar acompanhar qualquer detalhe da partida da seleção para o Itaquerão.

Mas os torcedores que não puderam se juntar aos vizinhos do hotel ficaram incomodados por serem obrigados a ficar atrás de uma grade controlada pela Polícia Militar e supervisionada por membros do Exército.  "Conversei com um militar para liberar pelo menos as crianças e as mulheres. Mas, além de ele não deixar ainda tive de ouvir que ´quem tem sorte, tem, quem não tem, não´. Isso não jeito de falar com os populares", reclamou Sônia Aliperti, 52 anos, moradora da rua Victor Brecheret, que não tinha acesso liberado para a rua Joinville, local de onde saiu o ônibus da seleção

Mesmo assim, ela deu um jeito de se misturar às pessoas que estavam autorizadas de estar ali. O tal jeitinho brasileiro, aliás, se manifestou de várias formas. Desde um torcedor que subiu no telhado de um restaurante japonês colado ao hotel (e que foi convidado a se retirar pelos policiais federais) e a um pai que pediu ajuda a um morador para que sua filha tirasse uma foto ao lado do ônibus. A criança foi com o estranho até a entrada do hotel para tirar o retrato e depois foi devolvida ao pai por cima da grade de segurança.

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