Itaquerão repete hino à capela e faz jogadores chorarem antes da abertura
Gustavo Franceschini
Do UOL, em São Paulo
A seleção começou a Copa do Mundo como terminou a Copa das Confederações: nos braços da torcida. Como outros estádios já haviam feito em 2013, o Itaquerão cantou o hino a plenos pulmões, à capela, e deu as boas-vindas que os jogadores esperavam antes do apito inicial para o jogo contra a Croácia, emocionando bastante atletas como Júlio César, Thiago Silva e David Luiz, que chegaram a chorar.
A cantoria sem o sistema de som, marcante no título do ano passado, pôde ser repetida porque a Fifa não reproduziu toda a primeira parte do hino brasileiro. Quando a música parou, o público nas arquibancadas seguiu no grito, acompanhada pelos jogadores.
A combinação fez tanto sucesso na Copa das Confederações que, em 2013, até o técnico da Espanha reconheceu a importância do gesto. "Nos venceram até no hino", disse Vicente del Bosque.
No Itaquerão, o hino à capela foi só a cereja do bolo. Desde o começo do dia, os torcedores que foram ao estádio manifestaram carinho pela seleção. Fora do estádio, vestiram a camisa, cantaram músicas e provocaram os torcedores rivais que cruzavam o caminho.
Já dentro do palco da abertura, o público seguiu cumprindo seu papel. Animada, aplaudiu quando os goleiros brasileiros entraram em campo, vaiou na vez dos rivais e cantaram alto para abafar os croatas nas arquibancadas. Na hora das escalações, festejou todos os jogadores, especialmente Paulinho e Neymar.
E não faltou respeito. Tocado antes, o hino croata foi respeitado pela torcida brasileira que, calada, esperou sua vez de dar show. A torcida só saiu do script depois que passou a festa pelo hino.
Quando Dilma Rousseff e Joseph Blatter apareceram no telão, o público irrompeu em um "Ei, Fifa, vai tomar no c...", que misturou-se aos protestos contra a presidente do país, esses menos audíveis.