Inquieto e reclamão, Felipão vê vitória com pênalti polêmico. Como em 2002

Gustavo Franceschini e Paulo Passos

Do UOL, em São Paulo

Foram 90 minutos tensos para Luiz Felipe Scolari. Na vitória do Brasil sobre a Croácia, por 3 a 1, o técnico da seleção vibrou, orientou os jogadores, reclamou (muito) da arbitragem e exercitou as pernas. Durante o jogo sentou e levantou por 15 vezes. A maior parte do tempo, ficou de pé. Foi assim que viu os gols da vitória - o segundo, após pênalti polêmico em Fred, que irritou os croatas.

É um roteiro similar ao da Copa de 2002, quando a vitória na estreia contra a Turquia só veio nos minutos finais, após pênalti em Luizão convertido por Rivaldo. Também igual o primeiro jogo da campanha do penta, hoje o Brasil saiu perdendo.

No Itaquerão, os momentos de maior aflição de Scolari foram justamente após o gol contra de Marcelo, aos 11 minutos. O técnico esbravejava na área técnica. Reclamava dos jogadores, virava para o banco e resmungava com Flávio Murtosa, seu auxiliar, que não se levantava do lugar.

Depois do jogo começar, Felipão só foi se sentar pela primeira vez aos 22 minutos. O descanso paras as pernas durou menos de dois minutos. É interrompido após um lance de Daniel Alves. O lateral deixou de ajudar a marcação na saída de bola da Croácia. Foi chamado e ouviu a orientação ao pé do ouvido.

Minutos depois, o Brasil empatou o jogo com Neymar. Felipão virou para a arquibancada e vibrou com os braços abertos até receber o primeiro abraço de Murtosa. Depois da festa no banco de reservas, fez carinho em Neymar como que agradecendo o atacante.

Depois do empate, seguiu com broncas e orientações. Mas quem mais sofria agora era o quarto árbitro. O iraniano Alireza Faghani, que estava na sua posição à beira do campo e ao lado do técnico, ouviu. Cada falta sofrida pelos brasileiros era motivo para Felipão pedir cartão. Repetiu o gesto que o árbitro, segundo ele, deveria fazer.

O ápice da irritação foi aos 12 minutos do segundo tempo, após Marcelo sofrer uma falta na lateral do campo. O apelo só é atendido dez minutos depois, quando Corluka faz falta em Neymar e leva o cartão.

Não se pode dizer que Scolari tenha ficado mais tranquilo, mas a vida de Alireza Faghani, sim, melhorou. Deixou de ser alvo das reclamações do treinador. Depois, aos 24 minutos, com o pênalti em Fred e o gol de Neymar, o técnico se tranquilizou um pouco. Chegou a sentar e ficar cerca de cinco minutos conversando com Murtosa. Um simples erro de passe o fez levantar novamente. Assim ficou até o final da partida, na área técnica do gramado, de onde viu o gol de Oscar e vibrou com a vitória do Brasil.

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