Um torcedor que acompanhava a entrada dos jogadores no ônibus que levou a seleção brasileira ao Itaquerão para o jogo de estreia na Copa do Mundo  viu um filme passar na sua cabeça quando Jefferson e Maxwell, respectivamente goleiro e lateral-esquerdo da equipe dirigida por Felipão, apareceram no meio do grupo de jogadores. De certa forma, ele sabe bem o caminho que os dois trilharam até este 12 de junho de 2014.

Isaías de Sá, de 33 anos, foi companheiro dos dois no juvenil do Cruzeiro, em 1998. Comandados por Ney Franco, atual técnico do Flamengo, os três foram colegas durante um ano e chegaram a jogar. Maxwell, porém, também era reserva naquela época, exatamente como acontece hoje na seleção, onde o lateral-esquerdo do Paris Saint Germain é banco de Marcelo, do Real Madrid.

"O Maxwell é um sortudo, reserva da base que só jogou em time grande (Ajax,  Inter de Milão, e Barcelona antes do PSG). Em qualquer pelada que você for pelo Brasil, você encontra 10 caras melhor que ele. Mas ele foi para uma excursão para a Europa, atuou bem, emplacou e acabou pegando essa boquinha na seleção", diz Sá, que logo depois de atuar com os atuais jogadores da seleção brasileira mudou de carreira.

"O futebol é para quem não tem opção de vida. E eu tive opção de estudar e virei médico cardiologista", conta o ex-meia esquerda, que atualmente se especializa na produção de marca-passos e joga bola só com os colegas do hospital onde trabalha, vizinho ao hotel que hospedou a seleção brasileira, na Vila Mariana (zona sul de São Paulo).