Daniel Alves admite não dar o máximo em preparação por medo de lesão
Gustavo Franceschini e Paulo Passos
Do UOL, em Teresópolis (RJ)
A sequência de lesões que tirou jogadores de diferentes seleções da Copa do Mundo deixou Daniel Alves com certo. Em entrevista coletiva, o lateral admitiu certo receio nos amistosos preparatórios disputados na semana passada. Para evitar qualquer problema físico, ele entende que é normal que a seleção se poupe.
"A gente nunca está jogando tudo, temos de buscar o mais que o tudo, porque é isso que nos permite competir, vencer rivais e ganhar. Nunca estamos satisfeitos com o que estamos oferecendo. A busca tem de ser contínua por algo diferente. Se eu falar que não [receio por lesão], eu vou ser hipócrita, devido às inúmeras lesões que vimos. Isso te assusta um pouco, de te tirar do sonho de disputar o Mundial", disse ele, explicando melhor na sequência.
"Não é que a gente não dê o máximo. Tentamos sempre dar o máximo, mas é difícil, porque a hora da verdade é agora, começa agora. O balanço tem de ser feito daqui para frente ou só no fim. Porque o balanço de qualquer empresa tem de ser feito no fim, com objetivos cumpridos ou não", completou.
A lista de desfalques das seleções por lesão é enorme. Entre os mais famosos estão o colombiano Falcão Garcia, o francês Franck Ribéry e o alemão Marco Reus todos cortados de última hora.
"Durante toda a carreira eu vou escutando as pessoas, e aprendi algo de um grande mestre que é o Guardiola. Ele falava que o desgaste tem de ser conservado para a hora da ação, a hora do jogo. Meu subconsciente sabe que eu vou jogar um jogo importante, minha concentração começa quando eu chego no vestiário e mentalizo o que pode acontecer. Isso evita o desgaste mental, que nos prejudica também", adicionou.
Curiosamente, a teoria é bastante diferente daquela que prega Felipão. Desde o começo da preparação, o técnico tem pregado que a entrega em treinos e jogos é fundamental até na prevenção de lesões.