Câmera 30 vezes mais potente que olho vai identificar gol por 50 mm na Copa

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Vinicius Konchinski/UOL

    Relógio de árbitro vai marcar gol quando bola cruzar linha debaixo de traves na Copa de 2014

    Relógio de árbitro vai marcar gol quando bola cruzar linha debaixo de traves na Copa de 2014

Sete câmeras de alta resolução, 30 vezes mais potentes que o olho humano e apontadas para cada gol dos estádios da Copa do Mundo de 2014. Essa é a aposta da Fifa evitar as discussões sobre "entrou ou não entrou?" em lances de gol durante o Mundial no Brasil, que começa na quinta-feira.

A entidade máxima do futebol vai utilizar pela primeira vez na história das Copas uma tecnologia para auxiliar árbitros a identificar se a bola cruzou a linha de gol debaixo das traves. A Goal Control Tecnology (Tecnologia de Controle do Gol, na tradução) foi apresentada nesta segunda-feira no Maracanã, estádio na final do Mundial de 2014.

Com a Goal Control, cada estádio da Copa ganhou 14 câmeras especiais. Sete estão apontadas para um gol e outras sete para o outro. Essas câmeras, todas juntas, fazem um monitoramento em três dimensões, da área das traves. Sempre que a bola cruza a linha, as câmeras identificam e um aviso é transmitido a um relógio usado pelo árbitro da partida em menos de um segundo. 

"O sistema já foi testado mais de 2.400 vezes. Ele é capaz de identificar se a bola cruzou a linha por 50 milímetros", afirmou Johannes Holzmuller, líder do Grupo de Qualidade da Fifa, responsável pelo Goal Control. "É uma sistema muito confiável e que funciona."

Segundo Holzmuller, cada câmera do Goal Control é capaz de registrar 500 imagens por segundo –o olho humano registra no máximo 16 imagens no mesmo tempo. Todas elas foram posicionadas estrategicamente nos estádios para que, caso uma esteja encoberta, outras possam identificar se a bola entrou ou não em jogos polêmicos.

Na Copa de Mundo passada, na África do Sul, um gol legítimo da Inglaterra contra a Alemanha, nas oitavas de final, não foi marcado porque o árbitro da partida não o viu. O lance colaborou com a eliminação inglesa e motivou a Fifa a considerar o uso de tecnologia para ajudar árbitros a marcarem gols de difícil identificação.

Mesmo com o sistema, porém, a palavra final sobre o gol continua sendo dos árbitros. Segundo Holzmuller, todo árbitro da Copa testará o Goal Control antes de cada jogo. Caso decida não usá-lo, os times serão avisados e o jogo ocorrerá sem a tecnologia. Isso, porém, não deve ocorrer já que todos os árbitros já estão usando e aprovando a tecnologia do Goal Control.

Teste na Copa das Confederações

O Goal Control será usado pela primeira vez em uma Copa do Mundo. Porém, já foi utilizado pela Fifa antes, na Copa das Confederações e no Mundial de Clubes do Marrocos, ambos em 2013.

Holzmuller disse que, até hoje, só um lance demandou o uso do sistema. Aconteceu no Mundial de clubes. Ele ressaltou, entretanto, que a Fifa não está preocupada com a quantidade de vezes que usar o Goal Control, mas sim com a importância de cada vez que ele será utilizado. "A discussão deve ser baseada no impacto de um único incidente e não no número de incidentes."

Não há chip

Dirk Broichhausen, diretor geral da empresa provedora do Goal Control, ressaltou também que não chip ou qualquer modificação nas bolas da Copa para o sistema de controle da Fifa. O uso desses artifícios chegou a ser testado pela entidade máxima do futebol. Porém, as câmeras é que foram aprovadas e serão usadas na Copa.

Broichhausen afirmou que o sinal do gol enviado para o relógio do árbitro é criptografado. Afirmou que as câmeras do Goal Control trabalham todas desconectadas da internet. Por isso, segundo ele, não há risco de manipulação.

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