Greve coloca em risco a vigilância no Maracanã durante a Copa do Mundo
Do UOL, em São Paulo
O Maracanã pode ficar sem os chamados "stewards", vigilantes que acompanham a segurança e orientam os torcedores dentro dos estádios durante a Copa. O Sindicato dos Vigilantes do Rio de Janeiro está em greve e diz que não vai avalizar a contratação de 1,5 mil funcionários para trabalhar somente durante o Mundial enquanto as reivindicações não forem atendidas.
"Não faz sentido eu liberar o trabalho de mais de mil homens, enquanto 30 mil funcionários estão paralisados. Pelo regimento da CLT, o tempo mínimo de contrato é de três meses. Ou seja, na Copa seria um caso extraordinário, o que requer um acordo específico. Nós só queremos que a greve seja resolvida e encerrada", disse o vice-presidente do sindicato, Antônio Carlos, em entrevista ao jornal Extra.
A empresa Sunset, contratada por meio de licitação para operar a vigilância do Maracanã, precisa da autorização do sindicato para efetuar as contratações. A Fifa, responsável pela segurança privada em seus jogos, está se mantendo alheia às negociações, que ocorre entre empresa e sindicato.
"Nós, como contratados, que precisamos resolver a situação com a classe. Esperamos que o sindicato entenda nosso lado. Estamos respeitando o prazo que eles nos deram. Se não houver acordo, vamos ter de levar o problema aos dirigentes da Fifa e pensar em outra solução, mas hoje não há outro plano", disse Solange Medeiros, diretora executiva da Sunset.
O impasse entre a categoria e as empresas deverá ter mais um capítulo nesta quarta-feira, quando o sindicato participará de uma reunião com o Sindicato Patronal no Ministério do Trabalho. O Tribunal Regional do Trabalho também deve julgar nesta semana o dissídio coletivo dos vigilantes.
O Sindicato dos Vigilantes pede salário de 15 reais por hora para os stewards do Maracanã, enquanto a Sunset afirma ser possível apenas o pagamento de 12 reais, que seria o triplo do custo normal no Rio de Janeiro.