Lembra da bronca de Felipão? Ele confessou: foi para abaixar bola do time

Do UOL, em São Paulo

No domingo, depois, apenas, do segundo treino coletivo da seleção brasileira, o técnico Luiz Felipe Scolari perdeu a linha. Ao vivo em um programa dominical da Rede Globo, fez uma dura crítica a sua equipe: "Não gostei nada no treinamento. Estava tudo errado. Muita coisa errada, muita liberdade, muita possibilidade de contra-ataque. Não é o normal da nossa seleção".

Muitos comentaristas levantaram a hipótese de que a bronca pública era uma estratégia de Felipão. Mestre na arte de motivar a sua equipe, ele queria abaixar a bola de seus comandados, inundados de elogios da imprensa que cobre a equipe desde a última segunda-feira. E não é que esses analistas estavam certos?

Após a vitória por 4 a 0 sobre o Panamá, nesta terça-feira, o treinador entregou o jogo. "Eu venho pensando nisso [excesso de autoconfiança]. Se não tivesse pensado, não tinha dado aquela bronca", confessou o treinador. Ele adianta que fez as mesmas broncas internamente. E até com mais ênfase. "Às vezes, falo aqui [em entrevistas] dos erros. Mas falo mais forte lá dentro".

A estratégia parece ter tão certo que ele segue comedido em seus comentários. Apesar da vitória por 4 a 0, ele fez questão apontar problemas. Questionado se o time estava no nível que gostaria para o Mundial, ele não titubeou. "Não sei dizer quantos por cento, mas falta [algo para chegar ao nível desejado para a Copa]. Se fosse para gostar de algum tempo, eu gostei mais do segundo. Que teve mais acerto, posse de bola, movimentação e jogo".

"Nos primeiros 15, 20 minutos, o pedido era para marcar em cima. Mas a nossa conexão entre defesa e meio não estava correta. Não tinha sequência na bola. Perdíamos [a posse] e estávamos totalmente desarrumados. Depois dos 20 minutos, conseguimos nos encontrar em campo e nos arrumar. Temos que saber, nesse momento, que esse grupo jogou junto pela última vez há três meses. Dá para dar um certo desconto. Mas deu errado mesmo nos primeiros 5 minutos", analisou.

O meia Oscar, que saiu aos 19 minutos do segundo tempo para a entrada de William, também teve sua atuação comentada pelo treinador. E aqui, mais uma vez, o lado psicólogo do treinador aparece. Ele não atuou nas últimas partidas de seu clube, o Chelsea, na temporada europeia. Quando se apresentou na seleção, teve de desmentir boatos de que poderia ser cortado da Copa. Ou seja: no lugar da autoconfiança do grupo, faltava afirmação ao meia. Nesse cenário, Felipão trocou as broncas pelo elogio - mas com cautela.

"Oscar joga em uma posição específica. Para ela, temos Ramires e William. Dependendo do adversário, podemos também usar o Hernanes, jogando com dois volantes que atuam mais à frente, dependendo do andamento da partida. Mas o Oscar está bem", completou.

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