Comitê da Fifa fala em nova votação para sede da Copa-2022 após denúncias

Das agências internacionais, em Londres

  • Divulgação

    Projeto do estádio Al Wakrah, uma das sedes da Copa do Mundo de 2022, que será realizada no Qatar

    Projeto do estádio Al Wakrah, uma das sedes da Copa do Mundo de 2022, que será realizada no Qatar

O britânico Peter Goldsmith, membro do Comitê Independente de Governança da Fifa, disse que, se comprovadas as denúncias de corrupção feitas pelo jornal inglês The Sunday Times no último domingo sobre a votação que decidiu o Qatar para sede de 2022, a entidade deveria fazer uma nova votação. 

A publicação afirmou que o dirigente Mohamed Bin Hammam fez pagamentos de cerca de R$ 11, 1 milhões para que o Qatar fosse escolhido como sede do Mundial. "Eu acredito que, se essas alegações forem mostradas como verdadeiras, então a decisão de dar a sede ao Qatar deve ser votada outra vez", disse o membro do comitê, conhecido como Lord Goldsmith, que foi procurador-geral do Reino Unido entre 2001 e 2007.

"Eu não vejo como e se isso vai ser provado, não foi provado ainda, então é um caso para ser respondido. Se for provado que a decisão de dar ao Qatar a Copa do Mundo foi fruto de suborno e influência indevida, essa decisão não deve ficar de pé", disse Goldsmith.

A denúncia do The Sunday Times foi feita com base no acesso que a reportagem do jornal teve a e-mails, transferências bancárias e cartas. Hammam, o dirigente acusado de comandar o suborno, foi banido do futebol pela Fifa em 2011. Ele era rival do presidente da entidade, Joseph Blatter, nas últimas eleições para ocupar o cargo mais alto da organização.

Os documentos mostram que Hammam teria feito pagamentos diretamente a dirigentes de futebol na África para ter seu apoio na eleição do Qatar. O país negou com veemência qualquer irregularidade, e insiste que Hammam nunca teve um papel oficial apoiando a candidatura, e sempre trabalhou independentemente da campanha Qatar 2022.

Embora os funcionários não tivessem direito a voto, a estratégia de Hamman seria criar uma onda de apoio à candidatura do Qatar, que passaria então a influenciar os quatro integrantes africanos do comitê executivo da Fifa que tomavam parte na eleição.

O investigador-chefe da Fifa, Michael Garcia, está conduzindo uma longa averiguação sobre alegações de corrupção e irregularidades durante as eleições para as sedes das Copas de 2018 e 2022. Ele deve se reunir nesta segunda-feira com funcionários do Comitê Organizador do Qatar.

Apoio

O presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC, na sigla em inglês), o xeque Salmane bin Ibrahim Al-Khalifa, disse que a entidade vai dar seu apoio ao Qatar após as denúncias do jornal britânico. O dirigente, que sucedeu Hammam no comando da AFC, disse que também apoia uma investigação da Fifa nos processos que elegeram o país asiático para receber a Copa do Mundo de 2022, e a Rússia para sediar o Mundial de 2018.

"A Confederação Asiática de Futebol se mantém ao lado do Qatar para defender seu direito de organizar a Copa do Mundo de 2022", disse Al-Khalifa. "A insistência de certos meios de comunicação sobre a atribuição do Qatar para sediar o Mundial faz parte de uma campanha", afirmou o dirigente, que levantou a hipótese de as denúncias terem sido feitas com a intenção de beneficiar outros países. "Isso faz com que nos perguntemos sobre as verdadeiras razões desta campanha, e se não buscam evitar que um país asiático organize o Mundial", disse.

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