Saiba que jogadores da seleção se conheciam antes da fama
Gustavo Franceschini e Paulo Passos
Do UOL, em Teresópolis (Rio de Janeiro)
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Flávio Florido/UOL
David Luiz e Willian fazem careta após a entrevista coletiva
Chegar à seleção brasileira era o sonho de David Luiz, aos 8 anos, quando treinava na escolinha de Marcelinho Carioca, em São Paulo. De Willian também. Na época, eles estavam juntos e hoje convivem no time de Luiz Felipe Scolari que irá disputar a Copa do Mundo.
O caso não é único na seleção. Outros jogadores também se conhecerem e viraram amigos antes da fama. Hernanes foi apresentado a David Luiz e Hulk pela primeira vez no São Paulo há mais de dez anos.
"Estivemos na base juntos. Estavam todos em período de testes. A gente praticamente conviveu num período que estava 16 garotos nos quartos esperando uma chance. Eles foram embora, e a gente se reencontrou em situação muito melhor", lembrou o meio-campista da Internazionale.
Hernanes seguiu no São Paulo e David Luiz e Hulk foram para o Vitória, onde chegaram ao time profissional. O zagueiro vê vantagens em conhecer há muito tempo alguns colegas de seleção.
"É legal, porque você sabe como a pessoa é. Isso vale para dentro e fora do campo. Mais fora até, pois conhece, sabe quando está bem, quando está mal, reações", afirmou.
A amizade de infância ajudou Willian a trocar o instável Anzhi pelo Chelsea no ano passado.
"O David foi um dos caras que apoiou, incentivou bastante, mostrou para a diretoria do Chelsea que poderia me levar. É um amigo que tenho dentro do futebol, tenho carinho muito grande por ele, vou levar mesmo depois que encerrar a carreira", disse o meia, que também conviveu com Jô, na base do Corinthians, e Marcelo, na seleção sub-20.
Jefferson, Maicon e Maxwell também se conheceram antes da fama. O trio jogou junto nas categorias de base do Cruzeiro. Há 14 anos, estavam dando os primeiros passos nos profissionais com um técnico hoje bem próximo: Luiz Felipe Scolari.
Os três tiveram aval do técnico do atual técnico da seleção para chegar ao time principal do clube mineiro. Em entrevista à TV Globo, Jefferson lembrou até que o sonho de ser profissional veio com uma pegadinha de Felipão. Em 2000, após duas semanas de testes, foi chamado para uma conversa com o "professor".
"Passaram duas semanas no profissional e o Gomes voltou (era dois anos mais velho e estava em uma competição com o time júnior) e falei: "Agora vou descer". O Felipão me chamou numa salinha, estava ele, o Murtosa e todo o pessoal da comissão técnica. E falou assim: 'Guri, a gente quer agradecer pela sua postura, seu profissionalismo, você é um grande goleiro, mas precisa amadurecer. Desce lá e continua na pegada que um dia você vai subir'. Quando eu estou saindo da salinha, eu escuto todo mundo dando risada", contou Jefferson.
* colaborou Bernardo Gentile, no Rio de Janeiro