O Ministério do Trabalho interditou nesta sexta-feira parte das obras da Arena Pantanal, em Cuiabá, após a morte na véspera de um trabalhador devido a uma descarga elétrica.

De acordo com o chefe de fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho de Mato Grosso, José Almeida, os trabalhos de manutenção e intervenção nas linhas energizadas do estádio estão proibidos até que a empresa responsável comprove haver segurança operacional.

"O que aconteceu nesse setor pode acontecer em outro porque não há um procedimento de trabalho. É uma questão preventiva", disse Almeida em nota publicada no site do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Mato Grosso.

De acordo com o MPT, informações iniciais indicam que o trabalhador estava em função atípica, sem utilizar os equipamentos de segurança adequados, no momento do acidente.

Muhammad-Ali Maciel Afonso, de 32 anos, era funcionário da empresa Etel, integrante do consórcio responsável pelos trabalhos nas áreas elétrica e de telecomunicações do estádio.

Ele morreu enquanto trabalhava no nível 20 do Setor Leste do estádio, tornando-se o oitavo operário a morrer durante o trabalho em obras de arenas que sediarão partidas da Copa do Mundo.

Antes do acidente em Cuiabá, três operários morreram nas obras da Arena Corinthians, em São Paulo, outros três na Arena Amazônia, em Manaus, e um no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.

O estádio de Cuiabá é mais um com obras atrasadas para a Copa do Mundo, que começa dentro de 34 dias. Apesar de já ter sido testada em alguns jogos, a arena ainda está com arquibancadas incompletas. Segundo os responsáveis, faltam apenas a colocação de cadeiras e obras de acabamento para a conclusão.

A arena, com capacidade para 44 mil torcedores, sofreu um incêndio em parte do subsolo durante a construção em outubro de 2013 que despertou preocupações sobre possíveis danos estruturais, conforme revelado pela Reuters em fevereiro.

A primeira partida da Copa agendada para a Arena Pantanal será entre Chile e Austrália, no dia 13 de junho, dia seguinte ao da abertura do Mundial entre Brasil e Croácia, em São Paulo.

(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)