Operário morre na Arena Pantanal, sede da Copa do Mundo em Cuiabá

Guilherme Costa e Vinicius Segalla

Do UOL, em São Paulo

Morreu nesta quinta-feira (8) um operário que trabalhava na Arena Pantanal, estádio que sediará jogos da Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá. Mohamed Ali Maciel Afonso, 32, foi vítima de uma descarga elétrica, recebeu atendimento no local e não resistiu. Uma equipe de perícia técnica está avaliando o local do acidente no momento, e a construção foi interrompida apenas na área.

A 35 dias do início da Copa do Mundo, a Arena Pantanal tem 98% de conclusão. Mohamed Ali Maciel Afonso era funcionário da Etel, empresa que faz parte do consórcio responsável por telecomunicações no estádio, e trabalhava com acabamento na parte elétrica do aparato. Ele sofreu a descarga quando instalava uma luminária no corredor de acesso aos camarotes do setor leste.

O acidente aconteceu por volta de 11h desta quinta-feira. O Samu e o Corpo de Bombeiros foram acionados, chegaram em poucos minutos e tentaram reanimar o operário. Mohamed Ali Maciel Afonso chegou a voltar a ter batimentos, mas não ficou estável. O óbito foi decretado às 11h40.

A repercussão que a morte vai ter ainda depende do resultado da perícia. Faltam 3 mil cadeiras e uma série de ajustes de pequeno porte para a conclusão do estádio - a parte elétrica, por exemplo.

Também na tarde desta quinta, a Etel fará um pronunciamento oficial sobre a morte do operário.

"Como aconteceu agora, estamos priorizando os procedimentos de atendimento à família. As atividades estão paralisadas, mas ainda não temos informações ou prazos", disse um funcionário da Secopa-MT.

Até 14h30, o corpo do operário ainda estava no estádio. A família já foi avisada, e a Secopa disse que ele usava todo o equipamento de proteção necessário.

O operário de Cuiabá é o nono a morrer em obras de estádios para a Copa do Mundo de 2014. 

Em 11 de junho de 2012, o ajudante de carpinteiro José Afonso de Oliveira Rodrigues, 21 anos, caiu de uma laje no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Em 27 de novembro de 2013, dois trabalhadores morreram após a queda do guindaste que levantava uma peça da cobertura do estádio corintiano: o operador Fábio Luiz Pereira, de 42 anos, e o montador Ronaldo Oliveira dos Santos, de 44.

O primeiro óbito em Manaus aconteceu em 28 de março de 2013, quando o corpo do pedreiro Raimundo Nonato Lima Costa, de 49 anos, foi encontrado por trabalhadores do turno noturno da obra. Segundo testemunhas, Costa caiu enquanto caminhava sobre uma viga a 4 metros de altura.

Outros dois acidentes aconteceram no Amazonas em 14 de dezembro. Marcleudo de Melo Ferreira, 22 anos, que trabalhava na instalação dos refletores do estádio no turno da madrugada também sofreu uma queda e morreu. Horas depois, o operário José Antônio da Silva Nascimento, de 49 anos, que trabalhava no serviço de limpeza e terraplanagem, teve um infarto enquanto trabalhava.

A lista de mortes em obras da Copa ainda tem Antônio José Pita Martins, que trabalhava na desmontagem de um guindaste em terreno vizinho à Arena da Amazônia, e Fabio Hamilton Cruz, que caiu enquanto montava plataformas na estrutura móvel do Itaquerão.

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