Repórter espanhola revela 'xaveco' de Messi e sonho de selfie com Neymar

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

Patricia Dominguez chama a atenção a cada entrevista que realiza ou evento esportivo em que participa da cobertura jornalística. Correspondente do diário esportivo espanhol AS no Rio de Janeiro, a repórter de 26 anos se destaca pelo sorriso aberto e a beleza de quem já ganhou a vida como modelo na juventude. Os olhares direcionados à espanhola, no entanto, não partem apenas de colegas de profissão ou curiosos nas ruas.

No Brasil desde o início de 2013, quando cobriu a Copa das Confederações, Patricia também coleciona fãs entre jogadores da seleção brasileira. E o assédio dos boleiros não chega a ser novidade. Em "casa", a repórter já havia sido "xavecada" por Lionel Messi na época em que trabalhava na TV do Barcelona e acompanhava as categorias de base do clube.

"Hoje em dia eu levo na boa, sei que alguns homens falam mesmo. Mas na época do Messi eu fiquei muito envergonhada. Estava saindo de um evento, procurando a estação do metrô e ele me viu na rua. Ofereceu carona com a família dele. No carro, pegou meu telefone. Depois, ficou ligando várias vezes e tentando marcar encontro, mas eu sempre deixei claro que não confundiria as coisas", contou Patricia.

Convite para hotel
Entre os jogadores da seleção brasileira, a abordagem foi um pouco diferente. E mais direta. Enquanto produzia reportagens em um hotel que servia de concentração para o time de Luiz Felipe Scolari durante o torneio do último ano, a repórter ouvia gracinhas de jogadores e cantadas.

"Eles sempre falavam alguma coisa, brincavam. E falam diretamente, pedem telefone. Às vezes, é difícil lidar. Tenho que me manter séria. Sou sorridente, simpática, mas não posso dar abertura. Teve um até que me convidou para voltar ao hotel depois, mas isso é inadmissível. Estou ali apenas para trabalhar. Fico feliz por falarem da minha beleza, mas não passa disso", explicou.

Ainda assim, a jornalista guarda um carinho especial pelo grande destaque da seleção. E por mais que reafirme a decisão de jamais se envolver com um atleta, admite ter um sonho com Neymar.

"Sou fã demais do Neymar. E sonho em tirar uma foto com ele. Não consegui na Copa das Confederações, mas vou resolver isso na Copa do Mundo. Já tenho alguns contatos que podem me ajudar nessa missão [risos]. É um grande atleta mundial. E não é feio. Tem um olho muito bonito e um sorriso cativante. Acho que esse carisma o torna ainda mais ídolo", ressaltou a jornalista, que acompanhará parte da preparação da seleção para o Mundial deste ano.

E as cantadas não incomodam Patricia, que já foi até mesmo confundida com Sara Carbonero – jornalista espanhola casada com o goleiro Iker Casillas.

"É normal, brasileiro tem esse jeito mesmo. Chegam, elogiam, se interessam, pedem telefone. Na Espanha é diferente. Você conhece, convida para jantar e tal. Mas a diferença faz parte da cultura. Só não tolero falta de respeito. E procuro sempre me impor para evitar essas situações".

Violência assusta
O que incomoda a jornalista espanhola é a violência no país da Copa. Na última terça-feira, Patricia acompanhou, da janela de sua casa, a manifestação de moradores de uma comunidade pacificada na zona sul do Rio de Janeiro por conta da morte de Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, que era dançarino do programa "Esquenta", da Rede Globo.

"Foi horrível. Confesso que nunca tinha visto nada igual. Violência existe em qualquer lugar no mundo, assim como a desigualdade. Já vi amiga ser assaltada em praça de Barcelona e outras coisas, mas a manifestação em Copacabana assustou. E estamos muito perto da Copa, o que dá ainda mais destaque e aumenta a polêmica. É claro que todos os estrangeiros ficam preocupados", analisou.

Patricia Dominguez só não concorda com a postura do jornalista dinamarquês Mikkel Keldorf, que publicou uma carta no Facebook afirmando que deixaria o Brasil e não iria mais cobrir a Copa do Mundo por conta das injustiças sociais cometidas nos preparativos do evento.

"Isso é bobagem. Ir embora por causa disso? Não pode ser assim. Os erros são muitos, a pobreza ainda existe, mas não podemos achar que vamos resolver desta maneira. Estamos aqui para cobrir um evento. A África do Sul também sofria com inúmeros problemas e realizou uma boa Copa. Aqui também será bacana, mesmo com tantos erros. Jamais iria embora daquela maneira", disse a espanhola, que pretende fixar residência no Brasil até as Olimpíadas de 2016.

"Tenho saudade de casa, mas o Rio de Janeiro é maravilhoso, assim como o Brasil. Sempre tive uma ligação muito forte com esta terra. Ainda pretendo trabalhar muito aqui", encerrou.

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