Abertura da Copa sem discurso de Blatter não tem a ver com vaia, diz Fifa
Vinícius Segalla
Do UOL, em São Paulo
Joseph Blatter e Dilma Rousseff não farão discurso na abertura da Copa do Mundo, no dia 12 de junho, no Itaquerão. A revelação foi feita pelo próprio presidente da Fifa, em entrevista divulgada nesta terça-feira.
Em declaração à agência de notícias alemã DPA, ele afirmou que acha que a situação no Brasil "se acalmou" em relação aos protestos que varreram o país em junho do ano passado, durante a realização da Copa das Confederações. Na abertura do torneio-teste para a Copa do Mundo, inclusive, tanto Blatter quanto Dilma foram severamente vaiados durante seus discursos antes da partida que deu início ao evento, entre Brasil e Japão, em Brasília.
Por causa disso, alguns órgãos de imprensa chegaram a relacionar a ausência de discurso de Dilma e Blatter na abertura da Copa ao temor de que as sonoras vaias se repetissem. Em contato por telefone com o UOL Esporte realizado na tarde desta terça, porém, a chefe do departamento de imprensa da Fifa, Delia Fischer, negou que exista qualquer relação entre os dois fatos. De acordo com ela, a opção pela ausência de discurso dos presidentes é uma escolha técnica, sobre formato do evento. Formato, aliás, que ainda não estaria 100% definido, sendo ainda possível que a entidade e o governo brasileiro decidam por realizar, sim, discursos na abertura da Copa.
Já na entrevista concedida à agência de notícias alemã, Joseph Blatter disse que não acredita que o Brasil será palco de protestos durante o Mundial deste ano do jeito que foi durante a Copa das Confederações em 2013. "Não sei o que pode ocorrer, não sou profeta. Estou convencido de que no Brasil os protestos não terão os mesmos argumentos que tiveram durante a Copa das Confederações. Não é válido mais. Está tarde para dizer que não ocorrerá o Mundial", afirmou.
Depois, completou com a revelação: "Estou convencido de que a situação se tranquilizou. Vamos fazer a cerimônia inaugural de maneira que não façamos discursos."
Ao ser indagado especificamente sobre a chance de acontecerem protestos nas ruas e nos estádios durante os jogos do Brasil na Copa, ele afirmou que isso poderá depender da atuação do time de Luiz Felipe Scolari. "O Brasil tem 200 milhões de amantes do futebol, vão receber o Mundial assim. Também influenciará como jogar a equipe local, mas estou convencido de que será uma boa Copa, pelo menos no que se refere ao futebol. Esperamos que a Copa apazigue o que vivemos durante a Copa das Confederações", disse Blatter.