Seleções deixam de lado colônias e escolhem sedes por curtição

José Ricardo Leite e Rodrigo Mattos

Do UOL, em Florianópolis

Sentir-se em casa não foi o critério que mais pesou para as seleções estrangeiras na escolha das cidades que serão suas bases de treinamento durante a Copa do Mundo de2014, no Brasil. Preteriram a chance de sentir-se mais próximos de sua cultura por questões de logística e também um pouco de curtição ou descanso.

Isso porque os países que têm colônias tradicionais no Brasil ficaram bem distante de suas raízes espalhadas pelo país. A Itália escolheu Mangaratiba (RJ) ao invés de ficar em São Paulo. A explicação oficial é de que não quis ficar na capital paulista pelo trânsito, mas a verdade é que os europeus queriam um local com praia.

"Existem cerca de 15 milhões de pessoas no estado de São Paulo. Pensamos em ficar lá, mas sabemos que existe um trânsito imenso em São Paulo e o treinador achou melhor o Rio para a preparação para o Mundial", falou o chefe da delegação, Demetrio Albertini.

Argentina e Uruguai não priorizaram o Sul brasileiro para ficar mais próximos de seus torcedores, mesmo com cidades como Viamão (RS) à disposição - foi escolhida pelo Equador. Os dois foram para Minas Gerais, respectivamente em Vespasiano e Sete Lagoas. As duas seleções optaram por locais mais centrais, descartando pontos mais extremos para não ter grandes deslocamentos.

"Pesaram análises e alguns critérios e pensamos em um lugar em que a recuperação dos atletas fosse melhor. Não era o único, mas sim o que mais garantia isso. Em um país tão grande como Brasil, 7 vezes maior que África do Sul, demora muito as deslocações aéreas, são viagens longas", explicou o técnico uruguaio, Oscar Tabarez.

Cidades de Santa Catarina, onde há forte colonização germânica, também foram desprezadas pela Alemanha. O time europeu preferiu se instalar em Santo André, na Bahia, onde construiu um moderno CT em parceria com empresas do país.

A seleção portuguesa foi para Campinas, cidade com muitas famílias descendentes do país. Mas poderia ter escolhido o Rio de Janeiro, berço de sua acomodação política no momento das navegações. A escolha foi para minimizar deslocamentos terrestres até os aeroportos.

"Várias coisas, têm muitos fatores. As questões da distância de hotel pra CT e aeroporto, as condições de hotel e disponibilidade que encontramos das pessoas para as melhores condições. Estamos satisfeitos com o que temos e completamente convictos de que vamos chegar em junho com as melhores condições pra preparar a equipe", falou o treinador Paulo Bento.

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Outra seleção que desprezou laços locais foi a Holanda, que chegou a ter uma colônia Pernambuco antes de ser expulsa pelos portugueses. Mas os holandeses optaram por ficar no Rio de Janeiro. A escolha foi pela tradicional liberdade dada aos atletas do país em grandes competições, já que sempre fugiram do padrão de grandes isolamentos e concentrações. Atendem democraticamente ao que os jogadores querem, e a capital carioca significa um bem estar.

Vide que em um amistoso realizado em 2011, no Brasil, os holandeses ficaram treinando na capital carioca, mesmo com o jogo sendo em Goiânia. Coincidentemente ou não,os jogadores forma vistos em uma balada ao lado de várias mulheres.   

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