Tuiteiro, turista em evento e até papai noel: conheça técnico do México
José Ricardo Leite e Rodrigo Mattos
Do UOL, em Florianópolis
Mal chegou ao aeroporto de Florianópolis para o Congresso Técnico da Fifa e Miguel Herrera já mostrou seu lado turista e tuiteiro. Bateu uma foto com mochila nas costas na frente de uma placa simples, só com a frase em inglês "Welcome to Florianopolis" (Bem-Vindo a Florianópolis) e logo disparou no Twitter.
A ação, comum para muitos dos que viajam, não é tão frequente com personalidades do futebol. Mas Herrera, técnico da seleção mexicana que disputará a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, pensa o contrário.
"Sim, estando (em viagens) nessas situações, o melhor que você tem a fazer é desfrutar. Se você não desfrutar de seu trabalho, então não o faça. Mas claro que isso tem que ter uma dose de responsabilidade", afirmou.
A foto é só uma pequena mostra do estilo "fanfarrão" e despojado do treinador de 45 anos. Com bermuda florida, correntes no punho e mochila de rato de praia nas costas, ele andava pelo Costão do Santinho sempre sorridente e atendendo a todos, na contramão de muitos dos treinadores que passam rápido e sem falar com ninguém.
Mas um dos pontos que mais chama a atenção sobre Herrera, além da simpatia, é seu perfil on-line e totalmente acessível aos fãs. Ele responde a muitas das mensagens que os internautas enviam e já chegou até a pedir palpites para a convocação do time, quando o assumiu o México em crise, há alguns meses.
Se o fato é apenas uma tática "populista", não se sabe. Mas ele diz que escuta e muitas vezes tem a luz pelo que ouve. "Veja, tem sido uma boa interação com os fãs. É sempre muito bom e produtivo escutá-los. Tem gente que fica contente, tem os que criticam, mas tudo bem. Isso faz parte das redes sociais. Eu tento fazer o melhor possível", falou.
O perfil incomum não se restringe só à curtição e pedidos de palpite. Herrera posta fotos de momentos bem particulares que poderiam ridicularizá-lo, como fazendo churrasco em sua casa, pescando ou até vestido de papai noel. Mas diz que ninguém "tira onda".
"É uma característica do povo mexicano e tentamos lidar com isso da melhor forma possível. Sei que não é todo mundo que vai gostar", explicou, sobre possíveis deboches.
Como jogador, chegou a jogar na seleção mexicana, mas nunca disputou uma Copa do Mundo. Venceu um título local com o América em 2013, o que o credenciou para salvar a seleção na repescagem. Caiu nas graças do povo ao salvar o país de um vexame. Ser estrela por isso? Jamais. E diz que seus colegas de profissão deveriam ser simplórios como ele.
"Acho que as pessoas são assim, elas querem saber tudo o que você faz, gostam disso. E as redes sociais permitem isso. É a proximidade que elas querem."