Após Curitiba, Fifa encara nova série de perrengues no Brasil

José Ricardo Leite e Rodrigo Mattos

Do UOL, em Florianópolis

A resolução do imbróglio em torno de Curitiba acabou com o principal problema da Copa-2014 para a Fifa, certo? Errado. Agora é que a entidade terá de enfrentar uma série de desafios no Brasil para organizar o Mundial no padrão que deseja.

Questões relacionadas a Fan Fest, estruturas provisórias e obras no entorno das arenas se apresentam como problemáticas e exigirão esforço para ser resolvidas. Para isso, acentua-se um embate entre a federação internacional e o COL (Comitê Organizador Local) com as cidades-sedes para que sejam cumpridas suas exigências.

Por contrato com o comitê, é obrigatório que os donos dos estádios forneçam as estruturas provisórias para o Mundial, o que inclui acomodações e serviços de TI (Tecnologia da Informação) para a imprensa e grades, entre outros itens. Os gastos devem ser em média de R$ 30 milhões, mas atingem valores maiores no caso de instalações para abertura e final. E clubes como Inter, Atlético-PR e Corinthians se recusam a bancar os valores, o que deve ser bancado pelos cofres públicos.

Mais do que isso, há uma preocupação sobre a qualidade dessas instalações com os atrasos de cinco estádios para a Copa. "Temos muito trabalho para frente, principalmente para estruturas temporárias. E inauguração da arena real. Curitiba está confirmada. Houve confirmação de processo das estruturas complementares de Curitiba, o que é um cronograma. Para que possa realizar testes em abril", afirmou o diretor do COL, Ricardo Trade.

Um dos maiores desafios é no Itaquerão que terá estruturas bem complexas por conta de ser a sede da abertura do Mundial. Nos estádios mais atrasados, terá que ser feita a colocação de instalações provisórias de forma ao mesmo tempo em que se realizam obras, enquanto isso deveria ser feito de forma sequencial.

Outra questão é relacionada às Fan Fest. Os governos têm resistido a gastar dinheiro com esses eventos paralelos que foram sucesso na Alemanha e tiveram públicos só razoáveis na Africa do Sul. Por contrato, é obrigatório que a cidade faça a festa.

"As cidades têm que entregar as Fan Fest, que estão incluídos em um compromisso. (…) Quando houve compromisso financeiro, por que (Fifa) devemos dar para trás? Foi um compromisso dado anos atrás", defendeu, irritado, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke.

De volta aos estádios, em seu entorno, o problema passa a ser o acesso aos lugares onde ocorrerão os jogos. Há um atraso nas obras viárias e de reforma que ocorrem em volta das arenas. Um dos exemplos é no Itaquerão, onde já há certeza de determinados órgãos públicos de que nem tudo ficará pronto e será necessário improvisar. O mesmo ocorre em Porto Alegre, onde só agora há a definição sobre quem fará obras em volta do Beira-Rio.

É provável que se veja um cenário de tapumes em volta de algumas das sedes do Mundial há poucos dias dos jogos como ocorreu na Copa das Confederações. Uma realidade similar também à da Africa do Sul.

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