Plano de segurança para Copa prevê uso até de Forças Armadas, diz Dilma
Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió
A presidente Dilma Rousseff afirmou em entrevista a emissoras de rádio de Maceió, nesta quarta-feira (19), que o governo federal já tem um plano pronto para garantir a segurança durante a Copa do Mundo e disse que as Forças Armadas podem ser acionadas em caso de protestos violentos.
"Planejamos medidas que vão reforçar a segurança nos estados-sede. O governo está em sintonia com os Estados para que possamos atuar de forma conjunta e padronizada. A Polícia Federal, a Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal estão prontas e orientadas para agir dentro de suas competências, e quando for necessário, mobilizaremos também as Forças Armadas", afirmou.
De acordo com o Portal Transparência, o plano de investimentos para a Copa reservou R$ 60 milhões ao Exército atuar no controle de manifestações. Ocorre que apenas um quarto dos gastos foi contratado. Isto que dizer que o governo federal empenhou R$ 14,7 milhões em compras de itens como cassetete, barreiras de contenção, espelhos para vasculhar o interior de veículos, matéria para gravação de áudio, vídeo e radiocomunicadores.
Para Dilma, é preciso "reforçar a lei" e "uniformizar" a atuação das polícias para garantir o direito à manifestação e coibir a violência em protestos.
"É preciso reforçar a lei e aplicar a Constituição, que garante a liberdade de manifestação e do pensamento, mas ela veda o anonimato. Então estamos trabalhando para coibir toda forma de violência em manifestação, que já levou a uma coisa terrível, que foi a morte de um pai de família", afirmou.
Outra ideia da presidente é uniformizar a atuação das polícias. "Estamos buscando um protocolo comum às Policiais Militares em manifestações. Isso tem sido discutido com os secretários e comandantes das PMs. Nossa meta é que disponham de um regulamento unificado, que defina melhor o uso proporcional da força", assegurou.
A presidente ainda afirmou que pretende fazer com que as forças de segurança atuem para garantir as manifestações pacíficas.
"Defendo toda e qualquer manifestação. Democratas são aqueles que exercem pacificamente seu direito de exigir, questionar mudanças, são também aqueles que lutam por mais qualidade de vida. Esses são a grande maioria. Acho inadmissível atos de vandalismo, daqueles que escondem o rosto para se manifestar, destroem patrimônio, ferem e matam, são criminosos e devem ser tratados como um tal", defendeu.
A presidente ainda citou que fará o maior investimento da história do país em segurança este ano, com orçamento total de R$ 1,9 bilhão. "Isso vai deixar um legado permanente aos estados-sede. Grande parte é para estruturar um sistema de controle e coibir atos de vandalismo", garantiu.
Na verdade, o montante previsto é R$ 100 milhões menor e a velocidade dos gastos sugere que o legado não será totalmente finalizado. Foram previstos investimentos de R$ 1,8 bilhão, mas foram desembolsados R$ 265,7 milhões. Isto representa 14,7% dos planejado.